pessoas saibam que vai ter a Camaleão,
sabe? Sinto saudade de estar naquele
momento”, explica Jana.
Esse poder transformador da feira,
aliás, é um traço comum a todos os
expositores. Janaína comenta que a
Camaleão representa em sua vida um
renascimento enquanto pessoa, mu-
lher e integrante de um círculo social.
“Ela foi um parto. Um chão debaixo
dos meus pés, uma luz sobre minha
cabeça. É minha gratidão eterna. Foi
nela que ganhei segurança, as pesso-
as começaram a ver meu trabalho”,
relembra emocionada.
De simples discos de MDF, em
seus mais variados tamanhos, brotam
através das mãos habilidosas quadros,
incensários, colares, relógios, pedras
decorativas, suportes de mesa, móbi-
les, chaveiros, porta-chaves multicolo-
ridos, como os camaleões. São formas
e desenhos que costumam deixar a
todos comovidos.
A adamantinense é mãe do Théo,
Rafael e Miguel, e é casada com o
Vinícius. Em uma das salas de casa ela
montou seu ateliê, onde mergulha em
si e em suas criações.
Hoje ela divide parte desse proces-
so criativo nas redes sociais. E vez ou
outra, seus seguidores podem acom-
panhar o resultado da composição de
músicas, a visita dos filhos durante
o trabalho, técnicas de pontilhado e,
principalmente, o nascimento das
encomendas, com a narrativa de
cada história que envolveu o pedido,
assim nasce uma forte conexão com os
clientes.
PÓS-PANDEMIA
Como em 2020 os planos foram
pausados por conta do novo Corona-
vírus, a intenção em 2021 é colocar em
prática, assim que for possível e seguro
para todos, algumas edições da Ca-
maleão aos domingos, para que mais
pessoas possam se achegar. Porque
uma volta na praça, o acesso à arte e
cultura a céu livre lembram o quanto
esse evento é essencial e faz a diferença
não apenas na vida do público, como
também na de seus expositores. Sem-
pre reforçando que ali cada um pode
ser quem quiser, como quiser. “Isso é
ser Camaleão”, encerra Arieni.
“O evento é extremamente importante pela
troca humana, cultura e conhecimento. Eu
sonho que tenha uma data em que as pessoas
saibam que vai ter a Camaleão, sabe? Sinto
saudade de estar naquele momento.”
Jana EsperandioABRIL 2021 | REVISTAVOX.COM 47