REVISTA VOX - ABRIL 2021

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Alana conta que em sua
adolescência já era uma garo-
ta esportiva. Por um tempo se
dedicou ao futsal e chegou até
morar fora para tentar a carrei-
ra no futebol de salão. “Mas na
adolescência, depois que desco-
bri a doença, decidi que queria
ser atleta de judô mesmo, tinha

mais chances”. E o judô virou
coisa séria em sua vida. Hoje ela
é atleta profissional de judô.
Já sua relação com o esporte
paralímpico começou na facul-
dade. É que quando começou o
curso de educação física na Uni-
versidade de Marília (Unimar),
Alana não conhecia o esporte pa-
ralímpico. “Alguns professores
me apresentaram a uma asso-
ciação que se chama Associação
Mariliense de Esportes Inclusi-
vos – AMEI, na qual faço parte
até hoje. Depois de um tempo, a
AMEI entrou em contato dizen-

do que tinham descoberto o judô
paralímpico, e que eu me enqua-
drava no quadro de baixa visão”,
relembra. Mesmo na faculdade
Alana continuava treinando.
Foi assim que tudo começou.
A judoca participou do primeiro
campeonato brasileiro em no-
vembro de 2014, e foi campeã.
Em janeiro de 2015,
já estava na seleção
paralímpica de judô.
“Minha trajetória foi
muito rápida. Comecei
a viajar e ter grandes
resultados”.
Alana é medalhista
de prata na Paralimpía-
da Rio 2016; medalhista
de ouro no Campeonato
Mundial de 2018 – tí-
tulo inédito para um
judoca paralímpico
brasileiro; campeã de
três Copas do Mundo;
medalhista de bronze
em Jogos Mundiais;
medalhista de prata em
Jogos Mundiais; ga-
nhou duas medalhas de
prata em Parapuã; foi
eleita em 2016, 2017 e
2018 como melhor atle-
ta do judô feminino; foi
eleita em 2017 e 2018
como melhor atleta do
movimento feminino
paralímpico; e em 2019
foi eleita atleta da gale-
ra pelo Comitê Paralím-
pico Brasileiro.
Mas é a busca pelo ouro
olímpico que a motiva. Hoje, com
a carreira consolidada, Alana é
daquele tipo de atleta determina-
da que sonha alto.
Seu próximo objetivo? A
medalha de ouro em Tóquio, em
2021, na Paralimpíada.
“Até então, nenhuma judoca
feminina conseguiu o feito em
campeonatos de paralimpíadas,
então realizei esse sonho sendo
medalhista de ouro no Mundial.
Quero conquistar este ano esse
novo recorde em Tóquio”.
A atleta não deixou de citar as

ALANA


Alana Martins Maldonado,
24 anos, é judoca, atleta e me-
dalhista paralímpica. A jovem
conquistou muito mais do que
várias medalhas: conquistou
Tupã, sua cidade natal, e todo o
país. Volta e meia seu nome está
nas reportagens e nos cadernos
de esportes ou sua voz
surge em entrevistas.
Visibilidade mais que
merecida, afinal, são
seis anos de carreira
desde seu primeiro
campeonato, diversas
medalhas, muitos prê-
mios e homenagens.
Alana descobriu
aos 14 anos de idade a
doença de stargardt em
ambos os olhos. Ela já
perdeu aproximada-
mente 80% da visão.
Na verdade, a jovem
nasceu com a doença,
que é genética, porém
enxergou até os 14 anos.
Segundo históricos,
trata-se de uma doença
que se manifesta na
adolescência. Hoje a
judoca tem em torno de
20% da visão. “Todos
nós temos algum tipo
de limitação em nos-
so dia a dia, em nossa
vida, então para mim
isso é super tranquilo”,
adianta.
Com determinação,
e uma rotina de treinos puxada,
Alana demonstra como podemos
ter uma vida de realizaçoes.
O judô é sua paixão desde os
quatro anos de idade e a influ-
ência para o esporte veio da avó
que trabalhou na Associação
Cultural Esportiva e Recreativa
de Tupã (Acert). “Meu tio tam-
bém é professor de judô. Come-
cei a engatinhar no tatame, meus
primeiros passos foram no tata-
me. Também comecei a competir
muito cedo. O esporte sempre foi
muito presente na minha vida”,
lembra.

Alana Maldonado
“Todos nós temos algum tipo de limitação em nosso
dia a dia, em nossa vida, então para mim isso é super
tranquilo”.
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