RLPV 5

(Anita Santana) #1

CRÔNICA


MAIS MORTE QUE INDEPENDÊNCIA


Cris Lopuch

"Independência ou Morte?",
frase que indica uma alternativa
que nunca existiu. E nunca foi
uma proposta séria.


Independência econômica de
Portugal? Sim, mas continuamos
Colônia Linguística, não nos
livramos nem da formalidade dos
pronomes oblíquos, nem
reconhecemos a maioria das
palavras advindas de outros
povos, das levas de colonização
imigrante que aqui chegaram, que
se misturaram ao vocabulário
português, e criaram um
Português Brasileiro, do qual os
catedráticos da língua nem
querem ouvir falar. Sou mais pela
ideologia de Caetano Veloso, E
deixe os Portugais morrerem à
míngua/minha pátria é minha
língua, quando se trata de
enriquecer nosso vocabulário e
nossa expressividade linguística,
sem estaticidade, nem desprezo a
uma cultura que se transformou
tanto, sobre a qual já não podemos
ter ideias estereotipadas.


E passamos a ser Colônia
Econômica do Estados Unidos da
América! "Tupi or not Tupi" que
nada! "Time is money!" E o nosso


tempo e a nossa força de trabalho
são entregues às multinacionais "a
preço de bananas", e as nossas
riquezas minerais são entregues
em negociatas por governos que
não nos representam, e estamos
num processo ad infinitum de
exploração e de apropriação de
algo que pertence ao povo,
independente de quem esteja no
poder. Quem dá mais, leva! Não
importa que percamos a
autonomia nacional sobre nossas
riquezas minerais ou sobre nosso
patrimônio, material e imaterial,
porque até patentes de plantas
nativas do Brasil já estão em mãos
de laboratórios internacionais,
deixando o país com cada vez
menos poder de troca, nas mãos
do capital estrangeiro. É a
“morte”, lenta e agonizante, de
uma nação que poderia ser
grandiosa, não fosse tão mal
administrada.

Nem Monarquia, nem República,
talvez precisemos é de uma
Anarquia, para acabar com todo
esse processo de exploração e de
dominação que se perpetua desde
a chegada dos portugueses, e
depois, com holandeses,
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