Crusoé - Edição 179 (2021-10-01)

(Antfer) #1

Laycer Tomaz/Agência


Câmara/JC De olho


no voto: textos das reformas foram distorcidos para agradar o Centrão e


as categorias que compõem a base eleitoral de Bolsonaro


As distorções são resultado do interesse dos parlamentares de, às
vésperas de ano eleitoral, tentar agradar as categorias do funcionalismo.
O que os move é a busca incessante por votos. O governo embarcou
nessa mesma lógica eminentemente eleitoreira. Com histórico de quase
três décadas de atuação corporativista no Congresso, Jair Bolsonaro
sempre foi contra a PEC da reforma administrativa. Mas passou a dar aval
à tramitação graças ao festival de benesses para servidores da segurança
pública, que compõem sua base de apoio. Dois desses benefícios anulam
ganhos para os cofres públicos conquistados com a reforma da
Previdência. Um deles, garante a aposentadoria de policiais com a
remuneração integral. O outro amplia a possibilidade de dependentes
receberem pensão por morte de policiais.


Graças à pressão do Planalto, por muito pouco não foram aprovados
dispositivos que davam foro privilegiado ao diretor-geral da Polícia
Federal e permitiam que o chefe da PF escolhesse pessoalmente
delegados para conduzir inquéritos estratégicos. O texto foi chamado


de “artigo Salles”, porque poderia impedir, por exemplo, que o ex-ministro


do Meio Ambiente Ricardo Salles fosse investigado pelo então


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