Crusoé - Edição 179 (2021-10-01)

(Antfer) #1

político Marcel Lewandowsky, que estuda populismo na Universidade da


Flórida, nos Estados Unidos.


Caso o social-democrata Olaf Scholz, de 63 anos, consiga se firmar como o
próximo chanceler, não se deve esperar uma grande mudança de
rumo. O SPD integra a atual coalizão de governo, em que Scholz é o atual
ministro das finanças e vice-primeiro-ministro. Assim, a propensão a
elevar os gastos públicos, algo que desafia o caráter austero da Alemanha,
deverá ser mantida. Em abril, Scholz anunciou um plano de 28 bilhões de
euros para recuperar a economia. O projeto é baseado em dois eixos:
mudança climática e transformação digital. Com a pandemia, a
necessidade de ampliar os investimentos em tecnologia ficou evidente.
Em um ranking europeu de serviços públicos digitais, a rica Alemanha está
em 21º lugar em uma lista de 28 países. No início da crise sanitária, os 16
estados do país estavam recorrendo a antiquados equipamentos de fax
para compartilhar suas estatísticas de Covid. Formulários para solicitar
ajuda governamental tinham de ser impressos, assinados e levados até
um órgão público.


Scholz também é tido como um moderado no interior do partido de


centro-esquerda. “Scholz conversa com todos os grupos ao mesmo


tempo. Nesse ponto, ele é muito parecido com o presidente americano


Joe Biden. Eles não têm discursos ideológicos, que estimulam a


polarização e criam rusgas entre as pessoas”, diz Kai Enno Lehmann,


professor de relações internacionais na Universidade de São Paulo. Sua
carreira política deslanchou como prefeito de Hamburgo, em 2011. Nessa
cidade, ele conduziu um projeto para revitalizar a região do porto, fez
diversos acordos com a iniciativa privada para fomentar a construção de
moradias baratas e ainda equilibrou as finanças da cidade. Em 2015,
Scholz conseguiu se reeleger e ficou no cargo até 2018, quando se tornou
o líder do Partido Social-Democrata. Agora, deve virar chanceler da
Alemanha pós-Angela Merkel.


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