comunidade. Então, eu cheguei na política sem saber quais eram os
dogmas da esquerda e os dogmas da direita. Ao longo do tempo eu via
que a minha visão de mundo é mais associada à centro-esquerda, mas
quando me deparo com qualquer questão, quero saber o que realmente
funciona. Vamos ouvir as pessoas, olhar os números. Não conheço outra
experiência democrática, e democracia para mim é um valor inegociável,
que permite que a gente seja justo e desenvolvido, se não for na busca de
um estado eficiente, na busca por responsabilidade fiscal. O que mais me
frustra é como interesses organizados ditam as discussões no Congresso,
de um lado e de outro. À direita, tem gente que defende a liberdade
econômica, mas desde que não mexa no setor empresarial que ela
representa. À esquerda, as pessoas dizem defender os interesses do povo
desde que não mexa nos interesses da corporação que as elegeram. Meu
sonho é que a gente tenha um Congresso, da esquerda à direita, que tope
debater interesses difusos, o que é bom para a população que não está
organizada, bom para o desenvolvimento econômico, e que não tem
representante fazendo lobby. Para mim, esse é um dos maiores males da
nossa política. Não há espaço para defender interesses difusos. Cada
debate é em torno de interesses organizados.
Como superar os egos para que haja uma candidatura competitiva contra
a polarização entre Lula e Bolsonaro?