Crusoé - Edição 179 (2021-10-01)

(Antfer) #1

Bolsonaro, na bonança, não se pode esperar muita coisa, imagine em um
possível cenário de inflação, desemprego e baixo crescimento.


Dessa forma, salvo pela superação gradual da pandemia – graças à
vacinação que lhe foi imposta pela sociedade brasileira –, os indicativos
gerais da atividade econômica lhe são bastante desfavoráveis,
especialmente no que se refere à situação fiscal, câmbio, preço do
petróleo e inflação.


Assim, a perspectiva de manutenção do dólar em patamares elevados,
causado pela desconfiança generalizada na economia brasileira, coloca
sob pressão os índices inflacionários. Ninguém acredita mais na existência
de um super ministério da Economia, comandada pelo Posto Ipiranga
Paulo Guedes, pois a incapacidade deste ministro na articulação de
reformas e sua insensibilidade social já esgotaram a crença em sua
competência para o cargo. Aquele que era para ser um ministro
insubstituível, pois garantia das promessas de campanha de Bolsonaro na
área econômica, hoje se agarra ao cargo como um náufrago a uma boia.


Dessa forma, Paulo Guedes será incapaz de conter o avanço da tropa
comandada por Arthur Lira e Ciro Nogueira, sob aplausos de Jair
Bolsonaro, contra os cofres públicos em um ano de reeleição,
especialmente considerando o derretimento dos índices de aprovação do
presidente. Isso pressionará ainda mais a difícil situação fiscal, gerando
mais descrédito no mercado. Esse círculo vicioso, entretanto, está longe
de estar completo.


Se o dólar alto já introduz um componente de difícil controle para a
equipe econômica, o preço do petróleo em alta realimenta ainda esse
processo, fazendo com que o preço dos combustíveis – e de toda cadeia
do petróleo – encaminhe-se para altas recordes, pressionando a inflação e
derretendo ainda mais a base de apoio ao presidente, especialmente
entre os caminhoneiros.


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