Crusoé - Edição 179 (2021-10-01)

(Antfer) #1

Talvez um dia apareça um filósofo político que defenda com argumentos
bem-elencados o que eu agora só intuo e digo sem provas: que todas as
formas de governo são esquemas de pirâmide. Mas por enquanto vou ser
mais modesto, e me limitar a dizer que o identitarismo é um esquema de
pirâmide.


Segundo o texto mal-ajambrado da Wikipedia, um esquema em pirâmide


é “um modelo comercial previsivelmente não sustentável que depende


basicamente do recrutamento progressivo de outras pessoas para o


esquema, a níveis insustentáveis. (...) A falha fundamental é que (...)


somente o idealizador do golpe (ou, na melhor das hipóteses, umas


poucas pessoas) ganham trapaceando os seus seguidores”.


Então, são os movimentos identitários um esquema de pirâmide? Já
provaremos.


Como em todo esquema de pirâmide, eles falam em jargão (“racismo


estrutural”, “corpos negros”, “branquitude” etc); como em todo esquema


de pirâmide, a hierarquia é constantemente enfatizada (“lugar de fala”);


como em todo esquema de pirâmide, se as coisas não estão dando certo


pra você, você não está se esforçando o suficiente (“não basta não ser


racista”, “seu silêncio é uma violência” etc.)


No topo da pirâmide estão os bilionários de sempre, que é até monótono
listar, Zuckerberg, Jack Dorsey, Jeff Bezos, o cantor Fagner etc. (incluí o
Fagner só para ser surpreendente, desculpe).


Um degrau mais abaixo está gente como a fundadora marxista do Black
Lives Matter, Patrisse Cullors, que tem várias casas de luxo (uma delas
valendo 1,4 milhões de dólares) e está sendo investigada pelo imposto de
renda americano por desvio de fundos de uma das suas
fundações; Barack e Michelle Obama, com seus contratos milionários de
livros e palestras sobre racismo, e consultoria para séries da Netflix; e
outras celebridades que lucram com o assunto.


®®

Free download pdf