caciques do Centrão, como o líder do governo, Ricardo Barros, do
Progressistas paranaense, e fiéis bolsonaristas, como o deputado Vitor
Hugo, do PSL de Goiás. O conjunto de forças aparentemente antagônicas
empenhadas no projeto logo chamou a atenção dos representantes do
Ministério Público, contrários às alterações. O grupo chegou a apresentar
aos deputados um levantamento mostrando que, ao contrário do que se
alegava, o CNMP computou nos últimos 15 anos um número de punições
disciplinares 58,2% maior do que o Conselho Nacional de Justiça, o CNJ,
cuja incumbência é fiscalizar os magistrados. Ambos foram criados pela
mesma lei, em 2004, e com a mesma estrutura. Por esse motivo, segundo
os procuradores, quaisquer alterações deveriam ser feitas nos dois
órgãos simultaneamente. Os argumentos foram ignorados.
O deputado Paulo
Magalhães “embarrigou” propostas da coalizão do acordão
Apesar de toda a polêmica, a tramitação da PEC seguia o rito ordinário
dentro da Câmara até o último dia 30, quando o presidente da Casa,
Arthur Lira, decidiu atropelar a comissão especial que analisava o tema e
levar a proposta a discussão diretamente no plenário. O plano de usar o
projeto para se impor sobre o MP ficou explícito na quarta-feira, 6. Poucas
horas após ser nomeado relator da PEC, o deputado Paulo Magalhães, do
PSD da Bahia, apresentou um texto com alterações profundas na PEC