Pedro Guimarães, Flávio e Michelle Bolsonaro: a ordem é atender os pedidos do clã
A Caixa dos Bolsonaro
08.10.
PATRIK CAMPOREZ
Na semana passada, Crusoé revelou que a primeira-dama Michelle
Bolsonaro tem desfilado influência na Caixa Econômica Federal. Ela
conseguiu que o banco liberasse crédito a empresários próximos do
círculo presidencial. Depois de Michelle falar pessoalmente com o
presidente do banco, Pedro Guimarães, os pedidos saíam do Planalto
registrados em e-mails e, ao chegar na ponta com o privilégio da
recomendação, eram prontamente atendidos. No mesmo dia da
publicação da reportagem, o Ministério Público Federal anunciou a
abertura de uma investigação que poderá enquadrar a primeira-dama por
advocacia administrativa. Os “bombeiros” do Planalto defendem Michelle
com o argumento de que ela não fez “nada mais do que ajudar” pequenos
empreendedores de Brasília – um argumento que não para em pé ao se
levar em conta que muitos dos mortais que naquele mesmo período
tentavam acesso à linha de crédito, criada pelo governo para socorrer
pequenos negócios na pandemia, nunca viram a cor do dinheiro.
Os pedidos de Michelle são apenas uma amostra do quanto os Bolsonaro
estão mandando no banco público. Os setores de patrocínio e de
publicidade da Caixa também têm atendido alegremente os pleitos vindos
da família presidencial – além da primeira-dama, o senador Flávio
Bolsonaro, filho 01 do presidente da República, tem encaminhado
pedidos com sucesso. Entre os agraciados estão entidades ligadas à dupla
e personalidades da televisão e do mundo artístico que se alinham com o
bolsonarismo. A Caixa sustenta que os repasses são feitos a partir de
critérios técnicos, mas é inegável o caráter subjetivo das escolhas, assim
como as digitais de Michelle e de Flávio nos processos.
No caso da primeira-dama, têm sido comuns os repasses a entidades que
ela escolhe a dedo. Um exemplo é a Associação Beneficente Criança