Crusoé - Edição 180 (2021-10-08)

(Antfer) #1

casa. Nas manifestações antidemocráticas do Sete de Setembro, por


exemplo, ele foi às ruas demonstrar apoio a Jair Bolsonaro e compartilhou


o momento nas redes sociais da entidade. “Eu acredito em dias melhores.


O Brasil é nosso, o Supremo é o povo”, disse em um vídeo no qual


aparecia enrolado em uma bandeira do Brasil. Ao fundo, outros militantes


bolsonaristas gritavam palavras de ordem contra o STF.


Entre janeiro e agosto de 2021, a Caixa gastou 87,5 milhões de reais com
patrocínios. Uma fatia relevante foi destinada a entidades que, nos
bastidores, contaram com a ajuda de Flávio Bolsonaro. Do total de
repasses deste ano, pelo menos 50 milhões de reais têm a digital do 01 e
de um de seus fiéis escudeiros em Brasília, o secretário especial do
Esporte do governo, Marcelo Reis Magalhães. Marcelo Negão, como é
conhecido, assumiu o cargo em fevereiro do ano passado por indicação
do senador. Íntimo da família Bolsonaro, ele foi padrinho de casamento
de Flávio com a dentista Fernanda Bolsonaro. Com experiência anterior
no setor privado, onde atuava fazendo captação de patrocínios e
planejamento de marketing para atletas consagrados, Marcelo passou a
atuar em parceria com Flávio, para atender entidades comandadas por
aliados do governo.


Um dos repasses que contaram com a intermediação da dupla foi para a
Confederação Brasileira de Ginástica. A entidade é presidida por Maria
Luciene Cacho Resende, mas quem costuma representá-la em Brasília é o
filho dela, Ricardo Cacho Resende. A intimidade de Flávio e Marcelo com
Ricardo é tamanha que ele foi convidado para a festa de aniversário do
secretário, no último dia 16 de junho. Lá, Ricardo chegou a ser
apresentado a Jair Bolsonaro. Dias antes, a confederação havia recebido
da Caixa a confirmação de um patrocínio de 30 milhões de reais. É, de
longe, o maior valor repassado pelo banco a uma entidade neste ano. Em
nota, o Ministério da Cidadania, ao qual a Secretaria de Esportes está


vinculada, diz que Marcelo Magalhães não atuou “de forma pessoal em


favor de qualquer entidade” e que Flávio Bolsonaro “não interfere nas


políticas e ações desenvolvidas pelo órgão”.


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