Mulheres feridas, nas mãos do Senhorfixamente com seus olhos tão negros, escondidos atrás dos velhos
óculos de grau, cheios de ternura, com um brilho que eu não saberia
descrer, misteriosos, serenos, tranquilos.
O que era todo aquele mistério que eles em silêncio me
transmitiam? De onde vinha toda aquela serenidade? Me perguntei
com tamanha curiosidade e desejo de sentir a mesma coisa, a mesma
paz, e eu não conseguia encontrar uma resposta que satisfizesse
a minha curiosidade e tudo aquilo me constrangia. Ah, como eu
queria poder sentir a mesma tranquilidade que eu via em seu olhar!
Seus cabelos presos em um simples coque, um penteado
comum entre as senhoras evangélicas, sua saia longa, de um azul
marcante, e a sua surrada blusa branca com variações de cinza
claro sobre a sua pele negra, refletiam a beleza de uma mulher
cheia do Espírito Santo, e que certamente andava no temor do
Senhor. Sorriu‑me com um sorriso irradiante que acalentou a
minha alma, e em seguida perguntou‑me:
- Minha filha, você quer aceitar Jesus como teu único e
suficiente salvador?
Aceitar Jesus? Eu não sabia o que significasse aceitar Jesus,
porém, qual outra opção eu tinha naquele momento? Então, a
minha resposta foi, sim.
- Sim! Eu quero. – Respondi.
Se aquela decisão iria ou não fazer com que toda a desgraça
do meu lar cessasse, isto eu não sabia, mas estava pronta a aceitá‑lo
para sempre em minha vida. E ali na sala da casa daquela mulher
de Deus, que teve um papel tão importante em minha vida, eu
dobrei os meus joelhos e pedi com tanta fé que Jesus entrasse em
meu coração, e mudasse toda minha história.