AF MULHERES FERIDAS 150x220 V2_bx (2)

(BROOK) #1
Mulheres feridas, nas mãos do Senhor

tomei uma terrível decisão, algumas pessoas me convidaram a me
prostituir. A princípio eu estava desesperada, porque a assistência
social do hospital Manggiagale de Milão estava me ameaçando e
aterrorizando com a ideia de tirar a minha filha de mim e dá‑la
para adoção. Eles alegavam minha incapacidade emocional e
financeira de criá‑la. Eu não tinha nem mesmo um centavo na
época, desejava tirá‑la da Itália o mais rápido possível, mas de que
forma eu faria isso sem dinheiro?


Sem pensar duas vezes, aceitei o convite. Dizia‑me que aquela
seria a forma mais rápida de conseguir dinheiro e voltar para
junto dos meus outros filhos. Eu acreditei nessa mentira! Hoje
envergonhada, sei que errei. Jamais deveria ter aceitado, mas na
época eu estava cega de ódio e ambição.


Os primeiros meses foram horríveis, eu chorava muito, mas,
com o tempo, a frieza ganhava espaço no meu coração, levando‑me
a ver aquela vida horrível como uma simples profissão. Tudo o que
eu mais queria era vingança! Vingar‑me de todos os que tinham
ferido minha alma. Vivia de ilusões, uma vida escura e infeliz, e
o sonho de voltar para casa se tornava impossível de realizar. Na
verdade era uma vida de luxo e ilusão que somente aquele mundo
obscuro poderia me favorecer, mas perdia a minha alma, a minha
vida, as minhas alegrias, a minha dignidade, e eu não conseguia
recusar‑lhe.


“Porque de quem alguém é vencido, do tal faz‑se também servo.”

(2 Pedro 2:19)

Às vezes, Cecília ficava ali pelas ruas, transfigurada, na
esperança de se esconder dela mesma, mentindo que tudo não
passava de um teatro e que uma hora aquilo acabaria. Dura
ilusão! Os anos se passavam, e ela continuava ali, se alimentando

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