AF MULHERES FERIDAS 150x220 V2_bx (2)

(BROOK) #1
Tânia Brunello

à medida que o ódio entrava em seu coração, talvez tivesse outra
beleza externa que provavelmente mantinha escondida atrás de
um véu de maldade e antipatia que impedia assim que todos ao seu
redor pudessem admirá‑la pelo que realmente era. Talvez Penina
fosse mais jovem do que Ana, e quem sabe isso lhe servisse de
conforto. Posso dizer baseado em experiência própria que Penina
foi uma mulher infeliz. Não sei ao certo em que intensidade, mas
certamente foi uma infelicidade que a levou a uma decadência
emocional a ponto de ferir e humilhar quem lhe estivesse por
perto. Também desconheço a idade com a qual ela tenha se casado,
mas se paro para pensar na cultura que diz que uma menina de 12
anos já é dada em casamento e pode ser pega como escrava para
pagamento de dívidas, me vem à mente que talvez Penina tenha
se casado ainda muito jovem, ou talvez não. O casamento, como
já mencionado em outros capítulos, era um acontecimento muito
importante para o povo Judeu, principalmente para a mulher, nos
tempos do Velho Testamento, os costumes eram casar primeiro e
amar depois, o que quer dizer que a maior parte dos casamentos
vinha organizado pelas famílias dos noivos, que antes faziam uma
boa investigação quanto à compatibilidade entre os dois jovens e
sobre as condições financeiras do noivo, pois isso contava muito
para as famílias Israelitas. Digamos que em uma linguagem mais
moderna, se tratasse de um “casamento arranjado”. Segundo a
história do povo Israelita, era costume noivar antes, pelo facto de
o casamento ter um grande valor espiritual, era necessário que os
nubentes se conhecessem muito bem antes de trocarem as alianças.


Todas as mulheres amam sonhar com a chegada do seu
príncipe encantado, aquele homem lindo, romântico, sensível, que
a levará ao altar e ali lhe fará juras de amor eterno, certamente
não deve ter sido diferente para Penina que viu ao longo de sua
vida seu sonho de ser uma noiva amada desaparecer diante dos

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