Tânia Brunelloque lhe fazia acreditar que estivesse prestes a viver a mais linda
história de amor. Talvez ela tenha pensado que com ela seria
diferente embora soubesse que seu amado já havia outra esposa,
provavelmente tenha visto acontecer em sua parentela à mesma
coisa, ou ouvido falar de outros casos parecidos de homens
casados que contraem novos matrimónios e que de alguma forma,
alguma mulher sempre acaba sofrendo, mas com ela não, ela estava
apaixonada, e tudo lhe dizia que não, que com ela seria mesmo
diferente, Elcana iria amá‑la e ela certamente seria muito feliz.
Eu prefiro acreditar que tenha sido assim a história de Penina e
de Elcana, e não que tenha sido somente um casamento arranjado
sem nenhum sentimento de amor.
Seus sonhos de se tornar uma linda esposa estavam saindo
da gaveta e se tornando realidade, seu corpo estava almejando
pelo primeiro contato, no qual as mãos do seu amado, calejadas de
trabalho, iriam tocá‑la pela primeira vez, fazendo com que ela se
tornasse a mulher que sempre sonhou em ser, realizada e amada.
Acredito que Elcana tenha sido um bom esposo, carinhoso,
atencioso, assim como mandava a cultura e a lei religiosa, caso
contrário ela não o teria amado tanto assim, mas infelizmente,
como a Bíblia relata, o coração dele não era dela, e com o passar do
tempo, ela não conseguiu conquistá‑lo, não conseguiu possuí‑lo
completamente como desejava, e foi justamente aí que a ficha
começou a cair, fazendo‑a perceber que infelizmente para ele
ela não passava de uma “máquina” de fazer filhos, descartável, e
que seu castelo não passou de um castelo de areia que o vento
forte veio e levou consigo, deixando somente lembranças de uma
fantasia amorosa que nunca existiu.
Mas com os anos, com o fracasso amoroso, com a rejeição do
marido, a dureza foi ganhando espaço em seu coração ferido e se