AF MULHERES FERIDAS 150x220 V2_bx (2)

(BROOK) #1
Tânia Brunello

Ana sabia que era impossível para ela, não conseguiria sozinha.
Era algo que ela desejava mais do que tudo e que dependia somente
do Senhor, a sua parte ela estava fazendo, lançando sobre Ele a sua
dor e confessando que era uma mulher amargurada. Imagino que
ela não tenha se lamentado de seu marido ou de Penina, creio que
ela tenha dito somente que estava doendo, que ela estava doente
e precisava de cura, que estava angustiada, infeliz, com ódio, e
estava disposta a fazer qualquer coisa para ser outra pessoa, para
ter uma nova história, ate mesmo devolver a Deus seu filho, caso o
Senhor lhe respondesse, do outro lado, Cecília, também disposta
a devolver a Ele toda a sua vida, todo o seu eu, e a sua história, se
somente Ele se lembrasse dela, e a libertasse, o serviria por todos
os seus dias, custasse o que custasse, ela seria Sua eternamente.


Os meses se passaram. Cecília já não era mais como antes,
as sementes estavam começando a darem seus primeiros frutos,
todos os dias de culto ela ia à igreja, ouvia a palavra e os hinos,
chorava, e voltava angustiada para casa, pois havia uma luta entre
seu espírito e sua carne, que não a deixava ter paz. Mesmo assim,
ela não desistiu, e prosseguiu para o seu alvo.


Todos na rua ficaram sabendo disso, durante o dia ela estava lá,
sozinha, sem fazer nem mesmo um cliente, porque não conseguia
mais, porém seus pés estavam presos naquele lugar. Uma vez
ou outra um irmão da igreja a surpreendia, parando o seu carro
repentinamente em sua frente, constrangendo‑a, dizia‑lhe:


“Entre! Vamos embora daqui. Cecília, este não é, nunca foi, e
nunca será o teu lugar.”


E envergonhada, ela o seguia. Louvo a Deus pela sua vida,
por não ter hesitado em entrar no inferno para a arrancar dali.
Obrigado meu Deus pela vida do meu irmão.

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