AF MULHERES FERIDAS 150x220 V2_bx (2)

(BROOK) #1
Tânia Brunello

pacientemente as longas filas das caixas, e isto me causava certa
angústia por não ter paciência para esperar.


Desci apressadamente do comboio e caminhei pelo centro
de Saronno, até chegar à praça principal da pequena cidade, olhei
para o alto da torre de uma igreja Católica, avistando o enorme
relógio pendurado sobre a parede, eram quase seis horas da tarde,
horário em que as pessoas passeavam pela praça, algumas saiam
do trabalho e retornavam para as suas casas, outras com muita
pressa de chegar a algum lugar corriam contra o tempo. Os
idosos, que sentados pelos diversos bancos espalhados pela cidade,
conversavam e se distraiam com seus discursos sobre política. Algo
à minha frente chamou a minha atenção, eram gritos de alegria,
de crianças que corriam de uma parte a outra, eles, os gritos, me
atraíram com um imã, e uma melodia me conduziu para mais
próximo.


Caminhei tão devagar, ouvindo aquele som, que me conduziu
pelo coração, e sentando‑me ali perto do parque infantil, voltei a
pensar.


Naquele banco de praça, me senti sozinha. Observei as crianças
que corriam de uma parte a outra, e que subiam e desciam dos
balanços e gangorras, e escorregavam felizes uma atrás da outra
continuamente pelo escorrega.


Livres, soltas, sem preocupações.

As folhas amareladas no chão anunciavam o início da
primavera, a noite se aproximava, e com ela vinha o vento frio. As
mães conversavam e trocavam informações sobre os seus filhos, de
como eles cresciam e as surpreendiam com qualquer travessura ou
descobrimentos que faziam.

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