Tânia Brunellono centro da praça Duomo, uma das principais praças turísticas
de Milão, e esperei que as horas passassem até que eu pudesse
descer as escadarias do metro e voltar para minha solitária casa, a
minha vontade era permanecer sentada naquela praça, ao menos
ali eu poderia ver as pessoas caminharem felizes, conversarem e
brincarem com seus familiares ou amigos, talvez fosse a fuga da
minha realidade, por um momento me deixei levar pela euforia da
fola e esqueci de mim mesma. De repente, alguém se aproximou
de mim, observei um senhor, de origem Africana diante dos meus
olhos, parado a me fixar, ele estava tentando um relacionamento
amigável comigo, e por incrível que pareca, eu não estava disposta
a me abrir para esta nova amizade, meu humor estava negro.
Quando estamos tristes, sentimos uma profunda sensação de
vazio e isolamento, e no fundo eu não queria que este espaço
vazio viesse de algum modo preenchido por alguém, embora eu
sentisse medo da solidão. A um certo momento, observei que em
suas mãos havia uma pequena Bíblia, então, resolvi dar‑lhe uma
oportunidade, pois agora, eu desejava saber mais sobre aquele
homem, e fingindo não conhecer nada a respeito da Bíblia, lhe
perguntei:
‑ Uma Bíblia?! O que tem dentro dela de tanto valor?Respondeu‑me ele com um tom de voz amoroso e em seus
olhos havia um brilho que eu jamais vi em alguma outra pessoa.
‑ Ah, aqui tem o amor! O amor.Passou‑me a falar de Jesus com tanto afeto e carinho, que sua
voz chegava a ser diferente, e eu nem ao menos consigo descrevê‑la.
Observei seu comportamento por um instante e novamente o
interroguei:
- Mas você conhece todas as histórias da Bíblia?