Mulheres feridas, nas mãos do Senhortão lindo, azul, com grandes cascalhos, o barulho das rodas nas
ferragens se misturavam com o som das ondas que violentamente
batiam contra as pedras e faziam uma melodia maravilhosa! Tudo
era tão lindo!
Apoiei‑me naquela janela, e deixei que o vento forte batesse
em meu rosto, e por um pequeno momento senti que estava livre!
De repente meu silêncio foi quebrado por um daqueles jovens,
ele era da América do Sul, não me recordo bem qual país, muito
simpático, se esforçou por manter a comunicação entre nós, porém,
infelizmente, a falta de compreensão da língua foi realmente uma
enorme barreira para que pudéssemos desenvolver um laço de
amizade duradouro.
Assim, ao chegarmos ao nosso destino final, nos despedimos
com um simples tchau e cada um de nós seguiu o seu caminho.
Doze horas ao lado daquelas pessoas, e eu nem ao menos
consigo me recordar qual eram os seus nomes!
Hoje percebo o quanto seja triste vivermos ou convirmos ao
lado de pessoas com quem não podemos nos relacionar, pois os
obstáculos da vida nos impedem de criarmos verdadeiros vínculos
de amizade e confiança e de prosseguirmos em conhecê‑las a
fundo.
Entendo que muitas pessoas desenvolvem um escasso
relacionamento com Deus perdendo a oportunidade de conhecê‑lo
na íntegra, na sua magnitude, porque não desejam conhecê‑lo, e
passam uma vida inteira ouvindo falar que Ele existe, e até mesmo
leem a Sua palavra, mas não entendem nada. Vão à igreja, mas
seguem uma vida de frustração e solidão que parece nunca ter fim.
Que triste isto!