Artigo de Marta Cortezão
Esta perene dinâmica de
reconstrução da memória, de caráter
pluraleinstávelequebeiraafantasiae
a invenção, trouxe-me a imagem de
Penélope, a que retoma, em sualonga
espera, os fios da memória para dar
forma ao manto de tessitura
caleidoscópica,incessanteecomplexa.E
nós,mulheres escritorasdoséculoXXI,
destaavassaladoracontemporaneidade,
o que temos a dizer, em primeira
pessoa, sobre nosso “fazer literário”?
Sobre este exercício de intensa
subjetivação, mas, paradoxalmente,
sedento de dialética, pleno de
constância e inconstâncias? Como
pensar estas teias involuntárias, nas
quais nosprendemospelofascínioque
aarteliteráriaexercesobrenós?
Otextoliterárioéosuporteparaa
produção destas memórias imagéticas,
devido à liberdade ficcional e
polissêmicaqueohabita.Eporquenão
usarametáforadequeotextoliterário
éo intérminosudáriotecidopelosfios
da memória que se (re)modelam na
busca proustiana pelos instantes
revisitados no rastro da insuficiente
memóriainvoluntáriadopassado?
REFERÊNCIAS:
BOSI, Eclea.Memóriae
Sociedade: lembrança de
velhos. São Paulo: Cia as
Letras, 2003.
PEREIRA, Danielle
Cristina
Mendes. Literatura, lugar
dememória.Disponívelem
https://www.e-
publicacoes.uerj.br/index.p
hp/soletras/article/downl
oad/16314/12499.
Acesso 7 de Janeiro de
2021
Para assistir ao episódio:
https://www.instagram.com/p/CU
yIrvJFSbm/