REVISTA VOO LIVRE 16 - NOVEMBRO

(MARINA MARINO) #1
Lançamento de Livro

A poesia nua e crua de Inêz Oludé da Silva

Por Adriana Mayrinck

Poesia nua e crua, igual a
terra árida do Sertão Nordestino.
Poesialatenteedesbravada,iguala
sementequerasgaosoloembusca
de sol. Poesia transbordante e
verdadeira, igual a chuva que cai,
após a seca castigante, com
trovoadaserelâmpagos.Poesiaque
transcendeamemória,ahistória,o
tempo, a imagem. Poesia sentida,
vividaepisoteada.Poesiadolorida
pelasadversidadeselutasdavida.
Poesia de resistência e alerta em
gritos silenciosos e torturados.
Poesiadeamor,embaladaemuma
redefeitaàdois–equesepropaga.
Poesia ferida, que traz marcas de
tempos difíceis. Poesialibertadora
queatravessaoceanosevoacomo
pássaro que faz ninho em todo
lugar. Poesia que transforma, que
chama,quearrebata.

Éassim,apoesiadeInêzOludé
da Silva. Despida, autêntica, forte, e
sobretudo,pinceladadearte!Arteda
palavra,dosentir,doexperimentaro
mundo tal como é. Sem máscaras,
sem comodismos, sem melindres.
Arte que jorra e se deixa espalhar
com a coragem de uma mulher que
tecefioseserevestedevermelho,por
dentro e por fora. O vermelho
abrasado, sanguíneo, afogueado que
representa as primeiras pinceladas
emumatelaembranco,quesechama
vida.
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