A: Bem... não se pode esquecer de que o tempo é um conceito.
E: Certo. Sim, sem esquecê-lo, claro. Mas dentro da compreensão.
A: O tempo e o espaço são conceituais: não tem realidade.
E: Sim, quero que adentremos nessa evolução.
A: Mas não existe essa evolução. Você é perfeita desde sempre e
para sempre. Outra coisa é que o personagem acredita que está
evoluindo ou que está indo para algum lugar.
E: Certo, certo... Mas pode nos contar como tem sido? Como foi
desde o big-bang até aqui?
A: Não temos chegado à parte alguma. Tudo segue igual. Tudo é
devido ao funcionamento da consciência e o funcionamento é
como é, você somente pode testemunhá-lo, e isso é tudo.
E: Sim, mas a história está aí e te diz que você primeiro era de
uma maneira...
A: Sim, mas as histórias são todas histórias e não têm realidade
nenhuma.
(Silêncio)
A informação que Alegría me proporciona, nutre meu desejo de
saber sobre a origem e a manifestação de tudo isto que constitui
o mundo, que constitui meu mundo. Quero recolher suas
palavras por escrito, lê-las, integrá-las, colocá-las em prática e
descobrir os efeitos. Para adentrar-me nessa espécie de
caminho interior, que poucos atravessaram e que Alegría se
atreveu a cruzar.