ELISA-BERNAL-MINHAS-CONVERSAS-COM-ALEGRÍA (1)

(MARINA MARINO) #1

A: Claro, pois é o “meu” o que criou a escravidão. Com o “meu”
veio o “teu”, quando na realidade tudo é “eu”. Não há nem teu,
nem ele, nem nós. Somente o “eu” único.


E: E nesse estado de visão global, desse mapeamento, você se
sente liberado de tudo, não? Eu me refiro à identificação,
julgamentos e conceitos.


A: Claro! Porque você se dá conta de que não há indivíduo, que
apenas houve um erro de identificação, mas que o indivíduo não
existe. Tudo é um. Tudo vem da mesma fonte e volta à mesma
fonte. E o erro, ou o pecado original, seria essa separação,
acreditar-se um indivíduo com livre arbítrio, que apenas faz sua
vontade e que é livre para escolher.


E: Digamos que eu, agora, tenho uma visão mais global de tudo o
que temos falado neste livro, e vejo que explicamos um pouco isso,
mas que esta visão elimina muito do que nos foi contado; também
suprime muitas perguntas quando se quer compreender o jogo, a
história.


A: Não se trata de compreender, porque a compreensão é muito
limitada. Não é tanto compreender, mas sim, melhor seria
percepção, perceber, porque é uma visão global, uma visão
interna e não uma visão externa, (como seria a do intelecto
baseada no conhecedor e no conhecido). Essa percepção é
espontânea, intuitiva, e vai mais além da compreensão. Essa
espontaneidade que já não passa através da mente, nem através
de uma interpretação, onde você já não necessita mais
argumentar, nem a favor, nem contra. Eu sou e sei que sou, não
necessito argumentar, não existe nenhuma interpretação, é
direto. Essa seria a percepção intuitiva ou compreensão direta
que não passa através da mente. Porque é a mente que interpreta
tudo o que percebem os sentidos.

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