ELISA-BERNAL-MINHAS-CONVERSAS-COM-ALEGRÍA (1)

(MARINA MARINO) #1

além da dualidade. Por isso Nisargadatta fala de uma percepção
intuitiva, que significa uma visão interior e não uma visão
intelectual (da mente), mas uma visão global; não em dualidade e
parcial.


E: Quer dizer, o que eu pretendo, que é fazer um livro dentro da
linearidade para facilitar a compreensão do ocidental, resulta
quase impossível, não?


A: Impossível, não. O que não podemos esquecer é que lidamos
com conceitos, que Tudo é Um e que todas as separações e
distinções que podemos fazer são conceituais e servem para que
possamos nos entender. E é claro, a mente, para além do tempo,
não entende nada. Para a mente tem que existir um princípio e
um fim, uma causa e um efeito. Mas o que somos está além da
mente, não tem causa, é a-causal, por isso a mente não pode
compreendê-lo. A mente sempre busca uma causa, um culpado,
um princípio, necessita agarrar-se a algo para poder “jogar”
entre princípio e fim.


E: Queria que me falasse de consciência, no momento em que ela
já não está em repouso. Por isso, vamos passar ao momento em
que a consciência se manifesta. E esse será o capítulo seguinte.


Este capítulo nos convida a dedicar-lhe um tempo e digeri-lo.
Porque, como disse Alegría, para a mente tem que existir um
princípio e um fim, uma causa e um efeito. Mas... o tempo existe?

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