ELISA-BERNAL-MINHAS-CONVERSAS-COM-ALEGRÍA (1)

(MARINA MARINO) #1

E: Então, nós não viemos com a herança de nossos pais.


A: De nossos pais? Mas quem são nossos pais? A única coisa que
houve foi a união de um homem e uma mulher, e daí apareceu um
corpo.


E: Mas esse ser é criado na infância e acumula conceitos.


A: Claro! Porque em sua infância ele é condicionado com isso: nós
somos seus pais... nós te criamos... você é um corpo... você se
chama assim... E, claro, esse condicionamento ele ouviu, milhares
de vezes antes que a criança desperte para a consciência. Isso que
escutou milhares de vezes.


E: Também estão os costumes.


A: Claro! O que se conta às crianças, em definitivo, é um filme.


E: Por isso pegam logo os atributos dos pais, não?


A: Não os atributos, porque dependem da combinação, mas, claro,
tudo isso é uma carga, um fardo que a criança tem que carregar;
são crenças. E ouvindo: você é isso, você é este corpo, a criança
termina por identificar-se com o corpo e é quando aparece o
indivíduo.


E: Mas, por exemplo, a genética. Há mães que são diabéticas e os
filhos nascem diabéticos.


A: Sim, mas isso é a nível do corpo, do saco de comida.


E: Então por que pegam a genética dos pais?


A: São homens! De um gato e uma gata não nasce um ratão, sai
um gatinho. O que é que pode sair? Um elefante?

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