PRÓLOGO
Como surgiu este livro
mbora nunca tenha imaginado que aconteceria assim,
estava convencida de que minha vida, em algum momento,
mudaria repentinamente. Enfrentar minhas interrogações,
meus medos e a mim mesma, era apenas uma questão de
tempo; eu sempre soube. Não podia continuar correndo. Se eu
estava pronta? Não sei. Tantos conhecimentos e distrações em
que eu me empenhava, precisariam de força suficiente para
evitar esse encontro. O que havia de chegar, já estava lá.
Ocorreu em 25 de maio de 2.018.
Nesse dia, ao acordar, eu soube que era o momento.
Sessenta e três anos de minha vida ficaram para trás em uma só
noite. Aquilo me colocou frente ao que eu não queria ver. Foi
doloroso e necessário.
Um infarto cerebral me levou a experimentar a morte pela
segunda vez. A primeira vez foi aos vinte e dois anos, durante a
operação de um tumor no peito. A anestesia saiu do controle e
eu estive em morte clínica por alguns minutos. O que vivi foi o
que é chamado de paraíso branco (é o que dizem). O Absoluto
não era, pois eu tinha consciência de mim mesma. Hoje o que
vejo é que aquela foi uma morte clínica, embora não completa -
senão eu não estaria aqui - mas me permitiu vivenciar um
estado semelhante ao O Absoluto, porque eu era a unificação,