ELISA-BERNAL-MINHAS-CONVERSAS-COM-ALEGRÍA (1)

(MARINA MARINO) #1

não havia forma, não havia imagens..., apenas um estado de
retorno ao lar; mas eu estava consciente disso.


Suponho que se tratava de um prelúdio ao O Absoluto, de outro
modo, o que seria o que eu vivi? Não havia corpo, não havia
identificação. Era como um regresso ao Pai, inclusive o lugar me
era conhecido. Logo voltei ao corpo, é claro.


A experiência me levou a perguntar-me muitas coisas, além de
me avivar uma busca mais intensa e consciente pelo mundo da
espiritualidade. Queria compartilhar com vocês este momento
de minha vida, para esclarecer que, meu derrame, representa
minha segunda experiência do que entendemos por morte.


Bem, desta segunda vez, voltei do hospital com meio corpo
paralisado, o que permitiu que meu personagem parasse e
deixasse de se agitar.


Foi então que pedi a Alegría, meu parceiro, que me deixasse um
pouco em paz. Eu precisava estar comigo mesma, me preparar e
receber o que tinha que receber dentro de mim. Ele aceitou e foi
embora.


O caminho foi longo, angustiante e cheio de incertezas. Eu não
sabia como lidar com aquilo. Sim, estava claro para mim que
teria que atravessá-lo sozinha, dependendo de mim mesma e
em mim mesma. Sem distrações.


Devido a uma série de circunstâncias, que estariam em meu
carretel, também chegou o momento em que ele voltaria. Isso
foi no final de novembro de 2020. Quero destacar o fato de que
não havia nenhum motivo (pelo menos que eu soubesse) para
que ele voltasse depois de 30 meses. Esse foi o tempo que passei

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