ELISA-BERNAL-MINHAS-CONVERSAS-COM-ALEGRÍA (1)

(MARINA MARINO) #1

dormir e já não sofro mais, entro no Absoluto e descanso. Por
que eu deveria ficar assim? Que estímulo posso tirar disso? Qual
sentido tem?


Estas perguntas que eu me faço, asseguro que você também se
faz, dentro de tuas próprias histórias. Eu, aqui, me refiro ao
sofrimento físico. Muitas pessoas têm passado por problemas de
saúde muito graves e não estão no final de suas vidas, supõe-se
que a velhice aceite a decadência do corpo, mas quando surge
em uma idade em que ainda há uma projeção de vida, não vejo
muito sentido. De maneira que vou com minha pergunta a
Alegría, que tenho aqui ao meu lado, à espera de retomarmos
nossa conversa sobre estas e outras questões.


Elisa: Bom dia. Como acabo de dizer, minha pergunta de hoje tem
a ver com o sofrimento. O que você pode me dizer com respeito ao
que acabo de perguntar?


Alegría: A dor é física, o sofrimento não. O sofrimento é da mente,
ou da consciência, ou como quiser chamá-lo. A dor, sim, a dor é do
corpo. Mas, curiosamente, quando entramos no sonho profundo, o
corpo sente dor? Há alguma dor? Então, quando aparece o
sofrimento?


E: Mas há pessoas que, devido à dor e as enfermidades nem sequer
podem dormir.


A: Não, não, no sonho profundo não há sofrimento. O sofrimento
aparece quando surge o estado de sonho, ou estado pleno de
vigília. A dor é física, mas, bem, sim... a consciência, tampouco a
sentiria.


E: Eu me referia a se isso faz algum sentido. Se serve para algo. Se
isso posso oferecer, ao menos eu diria: bom, serve para isto.

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