ELISA-BERNAL-MINHAS-CONVERSAS-COM-ALEGRÍA (1)

(MARINA MARINO) #1

A: O que quer dizer que ele está dando realidade à consciência.


E: Mais que à consciência, ao personagem.


A: Claro! O personagem é feito a partir do momento em que a
consciência aparece.


E: Eu não compartilho com o suicídio, longe disso, embora consiga
entender que haja pessoas que, quando se encontram dentro da
dor, do sofrimento, da loucura, prefiram experimentá-lo.


A: Talvez em alguma cultura, vejam o suicídio como um ato de
honra. Na dúvida, elimine o corpo. Mas será que o problema é do
corpo? O sofrimento é do corpo? Ou é do personagem que o
habita?


E: Pode ser que existam problemas psicológicos, onde o
sofrimento seja das emoções e da psiquê, e outros que sejam do
corpo que te puxa, te incomoda, chama tua atenção e não te deixa
estar em paz.


A: Para isso, tem que haver uma identificação com o corpo.
Porque, claro, se você acredita que é o corpo, sofre, não quer
perdê-lo, quer ficar de alguma maneira, mas tudo isso é devido à
identificação com o corpo.


E: Digamos que, a mim, o que me tira um pouco do estado de paz
é, precisamente, o corpo físico. Este corpo ilusório que me chama,
porque dói e, se eu não caminho, dói também. Então é um
constante estar pendente a algo. E isso tira meu estado de paz e
de plenitude.


A: Você é perfeita. Não há nenhum sofrimento. O sofrimento
apareceu com a consciência pela identificação com o corpo.

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