Clipping Banco Central (2021-11-09-11)

(Antfer) #1

NA LANTERNA


Banco Central do Brasil

O Globo/Nacional - Economia
terça-feira, 9 de novembro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

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Autor: VITOR DA COSTA


Nas últimas semanas, enquanto as Bolsas americanas
renovaram seus recordes de fechamento, a brasileira
não conseguiu deslanchar. Até na comparação com
outros mercados emergentes o Brasil fica para trás. As
incertezas fiscais e políticas, a alta de juros e a revisão
para baixo das perspectivas econômicas prejudicam o
desempenho do Ibovespa e fazem o principal índice da
B3 comer poeira em relação a seus pares.


No ano, o Ibovespa acumula queda de 11,96%. Quando
se considera o índice em dólar, o tombo chega a
17,75%.


A desvalorização do índice em dólares reflete, além do
recuo dos ativos locais, a depreciação do real frente à
moeda americana. Ontem, o dólar comercial fechou
com alta de 0,39%, a R$ 5,5410.


Enquanto isso, as Bolsas americanas e europeias
continuam a aproveitar o cenário de maior liquidez no
mercado, ainda que persistam preocupações com uma
inflação mais alta a nível global. Alguns índices


acumulam valorização acima de 20%.

CONTAMINAÇÃO ELEITORAL

Segundo a gestora de renda variável da Macro Capital,
Priscila Araújo, o desempenho ruim do Ibovespa,
principalmente no segundo semestre, deve-se à
depreciação no preço de algumas commoditi-es, com as
perspectivas de desaceleração da economia chinesa, e
a preocupações internas com o cenário fiscal.

Ela ainda destaca o aumento da taxa básica de juros, a
Se-lic, pelo Banco Central (BC) a fim de conter a
inflação. Com juros mais altos, fica mais caro para as
empresas conseguirem se financiar, e as que têm
dívidas muito altas veem seus débitos crescerem.

E isso impacta diretamente no valor da ação, que é
calculado quando se traz a perspectiva de lucros futuros
de uma empresa para o valor presente. Quanto mais
juros, portanto, menores os lucros e maior a taxa de
desconto.

-Voltando a ter uma taxa de juros muito alta, temos uma
competição muito grande com os ativos de renda fixa-
ressalta Priscila.

Desde o início de agosto, o foco está no cenário fiscal,
devido ao impasse dos precatórios e, mais
recentemente, às mudanças no teto de gastos para
garantir o pagamento do Auxílio Brasil, que vai substituir
o Bolsa Família e é a aposta do governo para as
eleições de 2022.

A Câmara já aprovou, em primeiro turno, a proposta de
emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios. Hoje
será a votação em segundo turno, mas o texto ainda
terá de passar pelo Senado, onde enfrenta resistências.

-O mercado não gosta de trabalhar com incerteza. Com
a indefinição sobre a PEC dos Precatórios e o quanto
de gastos vai ser embutido nesse processo todo,
devemos continuar a ter volatilidade- diz a gestora da
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