Clipping Banco Central (2021-11-09-11)

Mercado reduz projeção do PIB em 2022, para expansão de 1%

Banco Central do Brasil

O Globo/Nacional - Economia

terça-feira, 9 de novembro de 2021

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Autor: GABRIEL SHINOHARA

O mercado financeiro reduziu, pela quinta semana
consecutiva, sua projeção para o desempenho da
economia em 2022. A estimativa agora é que o Produto
Interno Bruto (PIB) cresça 1% no ano que vem,
conforme o Boletim Focus, que reúne as projeções de
mercado, divulgado ontem pelo Banco Central (BC).

Há um mês, o mercado projetava expansão de 1,54%
no ano que vem. Em maio, a estimativa chegou a 2,5%.
As revisões para baixo acompanham um cenário de
persistência da inflação, a alta da taxa básica de juros
(Selic) e a incerteza fiscal das últimas semanas.

Quando o governo sinalizou que podería pagar parte do
Auxílio Brasil - substituto do Bolsa Família e vitrine
eleitoral para 2022 -com recursos fora do teto de gastos
há algumas semanas, o mercado piorou todas suas
projeções de inflação, câmbio, PIB e juros. O
entendimento é que o maior risco fiscal traz insegurança
para o país e afeta diretamente os caminhos da
economia.

SELIC A11% NO ANO QUE VEM

Entre os agentes de mercado, há quem vej a um

cenário ainda pior. O Itaú já projeta queda de 0,5% no

PIB em 2022, enquanto a consultoria MB Associados

estima um cenário sem crescimento.

Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha

Investimentos, aponta que juros e inflação maiores

prejudicam a atividade e devem levar as expectativas

para o PIB em 2022 para abaixo de 1%. A projeção

atual da casa é de 0,8%.

-A tendência é que fique abaixo de 1% porque vem com

taxa de juros de dois dígitos e tem um impacto para

atividade econômica que é bem relevante, junto com a

inflação. Isso acaba prejudicando a atividade econômica

de maneira bem expressiva-explicou.

O mercado também diminuiu sua projeção de PIB para

2021. Passou de 5,04%, há um mês, para 4,93%. A
      estimativa de inflação deste ano subiu pela 31- semana
      consecutiva, a 9,33%, bem acima da meta, de 3,75%,
      com tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo.
      Para 2022, a projeção é de 4,63%, com a Selic a 11%.

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