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(Antfer) #1

Alta nas linhas de veículos não esconde problemas para 2022


Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
terça-feira, 9 de novembro de 2021
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Autor: Eduardo Sodré


SÃO PAULO O último trimestre de 2021 começa com
leve recuperação do setor automotivo. Com 177, 9 mil
unidades fabricadas, a produção de veículos leves e
pesados registrou 2, 6% de alta na comparação com
setembro. Os dados foram divulgados nesta segunda
(8) pela Anfavea (associação das montadoras).


Os números estão no centro das projeções feitas pela
entidade no início de outubro. A associação calcula que,
com regularização do fornecimento de semicondutores,
cerca de 570 mil veículos deverão sair das fábricas
entre outubro e dezembro. Assim, o ano fecharia com 2,
219 milhões de veículos leves e pesados produzidos,
alta de 10% em relação a 2020.


Na visão mais conservadora, a produção ficará em 2,
129 milhões de unidades, crescimento de 6% ante o
ano passado.


As vendas de veículos leves e pesados registraram alta
de 4, 71% entre os meses de setembro e outubro. O
dado foi divulgado na quinta (4) pela Fenabrave


(associação que reúne os distribuidores de veículos).
Foram comercializadas 162, 4 mil unidades.

Os resultados podem até indicar calmaria, mas ainda
apontam para um último bimestre difícil. A paralisação
dos caminhoneiros autônomos é um novo fator: além da
falta de peças, agora há dificuldades na distribuição
devido aos problemas no Porto de Santos.

Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, admite que
os riscos de paradas nas linhas de produção cresceram.
'É o maior porto da América Latina, muitas montadoras
já tentaram liberar mercadorias na semana passada. '

Trata-se de mais um fator negativo em um ano cujas
vendas de veículos não ultrapassaram 200 mil unidades
em nenhum mês até aqui. Os resultados já despertam
desconfianças sobre 2022, que deve começar com
encarecimento no crédito e baixa confiança na política
econômica do ministro Paulo Guedes.

'Em2016, o Congresso aprovou a PEC do teto, mas, nas
últimas semanas o governo decidiu encaminhar a PEC
dos precatórios. A reação do mercado foi o dólar subir
ainda mais, a disparada dos juros já tem gente falando
em Selic a 12%- e a piora do risco país. Tudo isso traz
um ambiente de negócios que não é bom', afirma
Moraes. 'Já se fala também em estagnação, recessão
ou um crescimento muito baixo'

A elevação da taxa básica de juros influi diretamente no
custo dos financiamentos. Com base em informações
do Banco Central, a Anfavea levantou dados sobre os
valores médios do CDC (crédito direto ao consumidor),
principal linha de parcelamento para a compra de
automóveis.

A taxa média foi a 23, 9% ao ano em setembro, ante 22,
7% em agosto e 18, 6% em setembrode2020. O
patamar atual é o maior para pessoa física desde junho
de 2017, e a Anfavea trabalha com um cenário de CDC
a 26% ao ano para 2022.
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