Clipping Banco Central (2021-11-13)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Poder
sábado, 13 de novembro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - COAF

Principais provas da investigação, os dados fiscais e
bancários já haviam sido anulados em março pelo STJ.
Os ministros consideraram, na ocasião, que a decisão
do magistrado de primeira instância não tinha
fundamentação suficiente.


Foi a partir dos dados bancários que os investigadores
identificaram que Queiroz recebeu depósitos de 12 ex-
assessores do hoje senador, que somavam R$ 2,08
milhões.


Esses ex-assessores também sacaram R$ 2,15
milhões, recursos que os promotores afirmam ter sido
disponibilizados para a suposta organização criminosa.


O MP-RJ ainda identificou a partir dos dados bancários
um depósito de Queiroz de R$ 25 mil na conta de
Fernanda Bolsonaro, uma semana antes de a mulher do
senador quitar a entrada de um apartamento adquirido
pelo casal.


Os extratos também são relevantes para demonstrar a
tese de que o senador fazia seus gastos com dinheiro
vivo, já que as contas bancárias do casal não registram
pagamentos de impostos e serviços quitados.


Eles apontam depósitos de R$ 159 mil na conta de
Flávio sem origem identificada entre 2014 e 2018.


Também estão na quebra de sigilo bancário os registros
dos cheques de Queiroz e sua mulher para a primeira-
dama, Michelle Bolsonaro, que somam R$ 89 mil.


Arquivos e mensagens


Itabaiana também foi o responsável por autorizar a
busca e apreensão realizada em dezembro de 2019. O
resultado da operação, porém, agora se torna nulo em
razão da decisão do STJ.


Nas buscas, os agentes recolheram celulares de
investigados que continham mensagens que
corroboram, para os promotores, o esquema da
"rachadinha".


Entre os arquivos há mensagens trocadas pela ex-
assessora Luiza Souza Paes e seu pai.

"Agora deu ruim", disse ela em mensagem de áudio ao
ver a notícia sobre a movimentação financeira de
Queiroz.

Também foi apreendido na casa de Luiza um
computador com uma planilha de planejamento
financeiro indicando o salário recebido da Alerj como R$
800, embora seu contracheque fosse mais que o dobro
disso no período em que esteve empregada lá.

O MP-RJ aponta o arquivo como mais uma prova de
que a ex-assessora retinha apenas uma "mesada" dos
vencimentos enquanto repassava a maior parte para
Queiroz.

As trocas de mensagens também indicaram, para o MP-
RJ, o envolvimento do advogado Frederick Wassef na
operação para esconder Queiroz em Atibaia. Os dados
mostram conversas da mulher do ex-assessor de Flávio,
Márcia Aguiar, descrevendo as limitações impostas ao
marido no período em que estava com o "anjo" -como
se referiam ao advogado.

Documentos

Documentos apreendidos nas buscas também deverão
ser descartados. O principal deles é um comprovante de
transferência encontrado na casa da ex-assessora
Flávia da Silva.

O papel tem uma anotação que indica, segundo o MP-
RJ, a retenção de uma "mesada" pela funcionária
fantasma enquanto repassava a maior parte a Queiroz.

"Comecei a tirar R$ 1.400", diz a anotação.

Dados telemáticos

Outra importante prova anulada são os dados
telemáticos quebrados por autorização de Itabaiana. As
informações permitiram que os investigadores
mostrassem, a partir do tráfego de dados de antenas,
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