Clipping Banco Central (2021-11-13)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Poder
sábado, 13 de novembro de 2021
Banco Central - Perfil 2 - Reforma Administrativa

buscando a vacina. Isso que marca nossa diferença,
Eduardo, eu sigo sendo respeitoso a você, mas as
minhas decisões são pelo Brasil", completou.


Leite e Doria também discutiram a respeito da votação
da PEC dos Precatórios, em que parte da bancada dos
deputados federais do PSDB votou a favor da medida
do governo Jair Bolsonaro (sem partido) mesmo após a
sigla ter definido que será oposição à atual gestão
federal.


Doria lembrou que os deputados federais de São Paulo
votaram contra a proposta, enquanto os deputados do
Rio Grande do Sul e de Minas Gerais, estados
protagonistas na campanha de Leite, votaram sim.


"Quero registrar que os sete deputados de São Paulo
votaram contra [a PEC] e a favor do povo brasileiro. [...]
O PSDB é um partido de oposição, não de adulação",
afirmou Doria.


Leite, então, questionou o paulista se os deputados
federais que o apoiam nas prévias, mas votaram sim,
seriam irresponsáveis.


"Os três parlamentares que coordenam sua campanha,
Aécio Neves [MG], Paulo Abi-Ackel [MG] e Rodrigo de
Castro [MG], votaram a favor do governo de Bolsonaro.
Eu respondo por São Paulo", rebateu Doria.


Cobrado pelo voto de seus apoiadores, Leite afirmou
liderar os deputados da Assembleia do Rio Grande do
Sul, mas não os federais, e criticou Doria por ter usado
o verbo "comandar" em relação aos deputados.


"Eu busco convencer com argumentos, sem fazer
ofertas indevidas", disse Leite, em uma provocação a
Doria. O gaúcho afirmou ainda que sua relação com o
Legislativo é pautada no diálogo, "sem mensalão, sem
rachadinha", em crítica ao ex-presidente Lula (PT) e
Bolsonaro.


Doria, porém, afirmou que faltam argumentos a Leite, já
que os deputados gaúchos votam a favor de Bolsonaro
"há vários meses". Virgílio também criticou os votos da


bancada tucana a favor da PEC e cobrou que Leite
traga seus apoiadores para a oposição de fato.

"Se você lidera a bancada estadual, tem que liderar a
federal também. Não deixe que lhe preguem na face a
fama de bolsonarista. Isso não é justo e nem digno de
você, dos seus companheiros e nem do seu partido",
afirmou Virgílio a Leite, reiterando ser "grave" que
deputados da confiança do gaúcho tenham votado a
favor de uma imoralidade.

Doria também afirmou que as emendas de relator de
Bolsonaro, que são moeda de barganha nas votações,
são uma prática "execrável e condenável".

"Aqui em São Paulo temos uma relação soberana,
tranquila e transparente com a Assembleia Legislativa.
Não compramos deputados, dialogamos com
deputados, todos eles, da nossa base e de oposição.
Respeito pela democracia, pela Constituição e pela
transparência", disse o governador paulista.

Reportagem da Folha revelou neste ano que a gestão
Doria não é transparente em relação às emendas pagas
aos deputados. Depois de analisar mais de 5.000 folhas
de papel, a reportagem mostrou que o tucano privilegiou
deputados da base e que os que votaram a favor da
reforma administrativa receberam verba, enquanto
opositores ficaram à mingua.

No debate, Leite também afirmou ser mais viável
eleitoralmente do que os seus adversários tucanos,
lembrando que Doria perdeu na capital, onde foi
prefeito, a eleição para governador em 2018. O paulista,
por sua vez, afirmou ter vencido duas eleições em três
anos.

Os dois governadores também trocaram críticas em
acenos a nomes históricos do PSDB.

Ao falar sobre a ampliação das escolas de tempo
integral em sua gestão, Doria afirmou: "Em 16 anos dos
meus antecessores, nós tivemos apenas 363 escolas de
tempo integral, eu não os critiquei, até elogiei por terem
feito, mas achava que era pouco".
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