Clipping Banco Central (2021-11-13)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

O Globo/Nacional - Mundo
sábado, 13 de novembro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - FMI

como o governo vai administrar a derrota, porque a
Frente de Todos [aliança entre peronistas e
kirchneristas] nasceu para ganhar eleições e não perder



  • explica Diego Reynoso, professor e pesquisador da
    Universidade San Andrés.


O analista não descarta que o governo perca o
comando da Câmara, hoje em mãos do poderoso
Sergio Massa, para muitos um dos cotados para
disputar a Presidência em 2023.


RISCO DE PERDER SENADO


Nas primárias de setembro, a Frente de Todos ficou em
primeiro lugar, pela soma total de votos, em apenas seis
dos 24 distritos eleitorais argentinos - 23 províncias e a
capital do país -, sendo derrotada até mesmo na
província de Buenos Aires, onde vive um terço do
eleitorado nacional e onde Cristina tinha, até agora, seu
feudo político mais fiel. O governo corre o risco de


perder o controle do Senado, onde tem atualmente 41
cadeiras, deumtotalde72, e precisa renovar 15. A
oposição, por sua vez, tem hoje 25 senadores e poderia
aumentar sua presença.



  • Muitos se perguntam como serão os próximos dois
    anos, eu vejo um governo aos trancos e barrancos, mas
    não vejo uma radicalização nem um final antecipado -
    opina Juan Negri, da Universidade Di Tella.


Em Buenos Aires, já se fala na convocação de um
grande acordo nacional por Fernández após a eleição.
O presidente enfrenta um cenário profundamente
delicado: crise econômica, financeira, social e política e
a necessidade de selar um acordo com o Fundo
Monetário Internacional (FMI). O problema, para o
chefe de Estado, é que sua vice não está interessada
em acordos e diálogo político. Cristina tem hoje duas
grandes preocupações: sua situação judicial e a de seus
filhos e o poder político do kirchnerismo nas eleições de
2023.


Na visão do analista Lucas Romero, diretor da Synopsis
Consultores, 'a sustentabilidade da coalizão de governo


dependerá de Cristina, que fará seu próprio cálculo de
interesses'.


  • Será que Cristina vai querer um acordo com o FMI que
    implique ajuste e pagar uma dívida que, para ela, foi
    dada ao governo de Macri para financiar a campanha
    por sua reeleição? E uma das perguntas que me faço -
    aponta Romero.


CRISE DE LEGITIMIDADE

Para ele, a Argentina vive uma crise de legitimidade e
liderança presidencial.

-O que garantia a unidade da coalizão de governo eram
vitórias eleitorais. O FMI exige consenso para fechar um
entendimento, e hoje esse consenso não existe - afirma
o diretor da Synopsis.

Entre os argentinos, o medo é grande. Fala-se em
hiperinflação, renúncia do presidente, governo de
transição, calote da dívida com o FMI, nova disparada
do dólar e corrida bancária. Quem acompanha de perto
a política nacional tem a certeza de que, em palavras de
Andrés Malamud, argentino que trabalha como
pesquisador do Instituto de Ciência Sociais da
Universidade de Lisboa, 'o governo vai levar uma surra'.
Seus próprios candidatos falaram em 'tapa na cara'
depois das primárias. O problema será como fará o
governo para levantar-se de um nocaute, com um
presidente que tem em sua vice sua maior crítica e
opositora.

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -
FMI, Banco Central - Perfil 1 - Fundo Monetário
Internacional
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