Em debate, pré-candidatos do PSDB tentam se distanciar do
bolsonarismo
Banco Central do Brasil
O Estado de S. Paulo/Nacional - Política
sábado, 13 de novembro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes
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O debate promovido ontem pelo Estadão com os três
pré-candidatos do PSDB à Presidência da República,
em 2022, expôs o desconforto no partido com o
posicionamento de parte da bancada tucana no
Congresso. O alinhamento de parlamentares da
legenda com pautas e projetos de interesse do governo
Jair Bolsonaro foi o principal motivo dos embates entre
os governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS)
e alvo de críticas de Arthur Virgílio (AM). Os postulantes
tucanos procuraram se distanciar do bolsonarismo e
praticamente não citaram outros potenciais adversários
ou mesmo o PT, rival histórico.
Ao responder sobre a postura do partido em relação à
PEC dos precatórios, Doria chamou de 'prática
execrável' a proposta defendida pelo Palácio do Planalto
que muda a regra do teto de gastos com o objetivo de
abrir espaço no Orçamento federal para o pagamento
do Auxílio Brasil de R$ 400. Ele afirmou que sete
parlamentares de São Paulo votaram contra a proposta,
enquanto os representantes gaúchos foram a favor. De
32 deputados da bancada, 21 votaram favoráveis à
PEC. 'Os três paramentares do PSDB que você
comanda no Rio Grande do Sul votaram com o governo
Bolsonaro', destacou o paulista.
Leite argumentou que a bancada federal do seu Estado
é formada por dois deputados e sua liderança tem foco
na Assembleia Legislativa. 'O João acabou de falar
sobre os deputados que ele comanda. Isso deixa clara a
diferença do nosso tipo de atuação. Eu não comando
deputados, eu busco convencer com argumentos, e
sempre convenci a fazer as coisas certas e do jeito
certo. ' Os dois governadores do PSDB já fizeram mea-
culpa pela associação ou apoio declarado a Bolsonaro
no segundo turno da eleição de 2018.
Virgílio também questionou Leite sobre a posição dos
parlamentares gaúchos. 'Não deixe que lhe preguem a
fama de bolsonarista', disse.
No intervalo do evento, o presidente nacional do PSDB,
Bruno Araújo, reconheceu que o tema fragiliza o partido.
'Minha expectativa é que quando tivermos escolhido um
candidato a presidente, que ele se tome de legitimidade
para tratar com muito mais força de uma posição do
partido nessa questão. Todos partidos perderam
controle na relação direta com as bancadas. ' LRF. A
crítica doméstica foi base também para a defesa do
compromisso coma a estabilidade fiscal. 'Não faz
sentido um partido que criou a Lei de Responsabilidade
Fiscal ter posições dúbias ou posições para apoiar o
rompimento do teto e da Lei de Responsabilidade
Fiscal; pela mesma razão Dilma teve seu impeachment
declarado pelo Congresso', disse Doria.
Virgílio, que não poupou de estocadas o ministro da
Economia, Paulo Guedes, cobrou a retomada do tripé
macroeconômico que balizou o governo de Fernando
Henrique Cardoso: equilíbrio fiscal, metas de inflação e
câmbio flutuante. Ele ressaltou que em uma eventual
gestão sua não haveria espaço para as emendas de
relator base do orçamento secreto. Em resposta à
mesma pergunta, Leite ressaltou que a
responsabilidade com as contas públicas deve estar
atrelada à responsabilidade social e disse apostar no
crescimento sustentado como alternativa para o