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sexta-feira, 12 de novembro de 2021
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Autor: Kenan MalikEle rapidamente desculpou-se pela falta de
sensibilidade, mas a comparação feita pelo arcebispo
de Canterbury entre os políticos que não conseguem
confrontar a mudança climática e aqueles da década de
1930 que fizeram concessões aos nazistas não foi
simplesmente grosseira. Ela ilustrou como muitos
imaginam que a melhor maneira de despertar o
interesse político é pintar o quadro mais sombrio
possível dos problemas sociais. E poucas coisas hoje
representam mais o mal do que o Holocausto.O tipo de otimismo fácil que uma figura como Boris
Johnson exala é profundamente odioso. É uma maneira
de evitar os problemas, de fingir que podemos resolvê-
los sem pensar profundamente sobre eles, mas
simplesmente afirmando que “nós podemos fazer isso”.Há algo igualmente questionável no pessimismo
irrefletido – na insistência de que um problema social
está tão fora de controle que não podemos evitar uma
catástrofe, ou tão profundamente enraizado que não
pode ser extirpado. Ainda assim, muitas vezes parece
ser o cenário-padrão de muitas discussões políticas, do
racismo à crise dos refugiados. E em nenhuma questão
mais do que a mudança climática.Roger Hallam, cofundador do Extinction Rebellion
(Rebelião da Extinção, movimento sociopolítico não
violento), deu “conselhos aos jovens, enquanto
enfrentam a aniquilação”. Ao descrever o colapso social
após uma mudança climática desenfreada, advertiu em
termos detalhados que “é isso que vai acontecer com
sua geração”: “Uma gangue de meninos vai invadir sua
casa pedindo comida. Eles verão sua mãe, sua irmã ou
sua namorada e vão estuprá-las em grupo na mesa da
cozinha. Eles vão pegar um cigarro e queimar seus
olhos. Esta é a realidade das mudanças climáticas”.