Clipping Banco Central (2021-11-13)

(Antfer) #1

Le Vin Filosofia - A avaliação da safra brasileira


Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Cultura &
Comportamento
sábado, 13 de novembro de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Não deve ser fácil ser um vinho brasileiro da safra de



  1. Primeiro, ele chega ao mercado na sombra dos
    brancos e tintos de 2020, ano batizado euforicamente
    como a 'safra das safras'. Depois, ele deve brilhar para
    os novos consumidores, que estão vencendo o
    preconceito e bebendo os nossos vinhos - a venda dos
    vinhos finos brasileiros (aqueles elaborados com
    variedades vitivinícolas) cresceu 30% nos primeiros
    nove meses deste ano em comparação com igual
    período de 2020 e já representa 9% do total do
    mercado, segundo a Ideal Consulting.


Tudo isso em um ano em que o clima não foi tão
perfeito como em 2020. O ano até começou seco e
ensolarado, mas as chuvas do início do ano
comprometeram a qualidade das variedades
intermediárias, principalmente as brancas. As uvas de
ciclo mais longo, em geral as tintas, conseguiram
manter a qualidade, já que o sol e a grande amplitude
térmica entre as temperaturas do dia e da noite voltaram
a aparecer em março.


Com este cenário, pode-se dizer que a maioria das 16
amostras degustadas na 29.ª edição da Avaliação


Nacional de Vinhos surpreendeu. A enorme degustação,
agora realizada online, apresentou para 700 pessoas no
último sábado os vinhos mais representativos da safra -
os interessados compravam o kit por R$ 680 e recebiam
em sua casa as 16 garrafas para acompanhar a
degustação pelo YouTube da Associação Brasileira de
Enologia.

A prova começou com a degustação de três vinhos-
base, como são chamados aqueles que voltarão a
fermentar, dando origem aos espumantes. Na taça, eles
pareciam mais interessantes do que os provados em


  1. A explicação é que como o ano não foi tão quente
    como o anterior, o vinho conseguiu preservar sua alta
    acidez (o que é ótimo para uma segunda fermentação)
    e não era tão aromático como os de 2020.


Os brancos empolgaram menos, talvez pela chuva que
atrapalhou a sua maturação. O destaque foi para um
chardonnay, da vinícola Pizzato. Nos tintos, ainda fica
um suspense: a maioria traz boas notas frutadas,
maduras na medida certa, e agora está nas barricas de
carvalho. Tirar o melhor partido desses barris é um
desafio.

Na degustação, várias amostras apresentavam notas
mais presentes de madeira, resultado de terem recém-
chegado às barricas de carvalho. Mas, ao mesmo
tempo que as barricas permitem o lento afinamento dos
tintos, elas também podem trazer qualidades, como a
complexidade aromática, mas também defeitos, como
um amargor. Mas só saberemos disso quando os vinhos
chegarem ao mercado. A conferir.

Vinhos de 2021 chegam ao mercado na sombra dos
brancos e tintos de 2020, um ano de ouro

COLUNISTAS

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
Econômico - Colunistas
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