Clipping Banco Central (2021-11-13)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Poder
sábado, 13 de novembro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - COAF

das Pedras, comandada por Adriano. O celular de
Danielle foi apreendido na ocasião.


Em março de 2017, Queiroz diz a Danielle que enviará
seu informe de rendimentos da Assembleia Legislativa
do Rio. Em janeiro de 2018, pede para que a ex-
assessora lhe informe a quantia depositada naquele
mês para ele "prestar a conta".


Neste período, em 2017 e 2018, os dois também falam
sobre envio de cópia da declaração do Imposto de
Renda de Danielle para Queiroz.


O MP-RJ avalia que essas mensagens indicam que ela
era uma funcionária fantasma com participação na
"rachadinha". Além disso, mostraria que Queiroz
informava sobre os desvios "a outros integrantes da
organização criminosa".?


Confissão de ex-assessor


A confissão de Luiza Souza Paes foi feita após o
Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro entender que o
caso não deveria ser mais conduzido por Itabaiana. Em
razão disso, ela prestou depoimento a promotores que
atuavam com autorização do então procurador-geral de
Justiça, Eduardo Gussem, a quem cabe investigar
casos de foro em segunda instância.


Ela confirmou que recebia sem trabalhar e repassava a
maior parte de seu salário a Queiroz. A ex-assessora
não mencionou o envolvimento do senador no caso.


Luiza esteve lotada por um ano no antigo gabinete do
senador e depois foi para a TV Alerj, ligada à
presidência da Casa. Por todo o período, repassou os
recursos a Queiroz.


Versão de Queiroz


A única versão oficial de Queiroz para a movimentação
financeira em sua conta bancária também segue válida.
Ela foi oferecida espontaneamente ao Ministério Público
sem a intervenção de Itabaiana.


Nela, o ex-assessor confirmou que recebia parte do
salário de alguns colegas de gabinete. Contudo, disse
que o objetivo era, com esse dinheiro, remunerar
funcionários informais de Flávio em bases eleitorais. Ele
disse que o senador não tinha conhecimento da prática.

Imagens de Queiroz

Ainda está preservada uma das poucas provas que
vinculam uma movimentação financeira de Fabrício
Queiroz em benefício de Flávio Bolsonaro. Trata-se de
um vídeo que mostra Queiroz quitando na boca da
agência do Itaú na Alerj boletos das mensalidades
escolares das filhas do senador, que somavam R$
6.942, com dinheiro vivo.

As imagens foram solicitadas aos bancos em dezembro
de 2018, sem a participação de Itabaiana, quando a
apuração ainda era tocada por procuradores do MP-RJ
que atuam na segunda instância. Por esse motivo, é
baixo o risco de a prova ser afetada pela discussão
sobre o foro em que o caso deve correr.

Foram anulados, porém, os dados que vinculavam as
imagens à operação financeira em favor de Flávio
Bolsonaro. Esses dados mostram que o pagamento, em
1º de outubro de 2018, foi feito em dinheiro vivo.
Contudo, essa, como outras provas, podem ser
recuperadas

É possível recuperar o que foi anulados?

O material apreendido em dezembro de 2019 não tem
como ser revalidado, como as mensagens de celulares,
arquivos e documentos que, para os promotores,
corroboram a "rachadinha".

Isso porque exigiria que as evidências fossem
devolvidas aos seus donos e apreendidas de novo
numa nova operação, com nova decisão judicial. A
probabilidade dos investigados resgatarem e manterem
provas contra si é considerada nula.

Informações de bancos de dados estáveis, porém, são
recuperáveis a partir de nova decisão judicial. Neste
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