Clipping Banco Central (2021-11-13)

(Antfer) #1

Picuinhas antivacinais


Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Opinião
sábado, 13 de novembro de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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O governo Jair Bolsonaro, em que pesem as evidências
favoráveis à vacinação em massa contra o vírus da
Covid-19, não descansa em investidas contra o uso do
imunizante, das quais participam sabujos de todos os
setores do Executivo.


Na visão delirante do mandatário, propalada em seu
discurso na abertura da Assembleia-Geral da ONU, a
exigência de comprovantes de vacinação em eventos e
situações de aglomeração deve ser tratada como
ofensa à liberdade individual, e não como medida
sanitária para enfrentar a pandemia.


Tal campanha obscurantista produziu nos últimos dias
duas portarias ministeriais. A primeira, do ministro Onyx
Lorenzoni, do Trabalho, impede empresas de demitir ou
deixar de contratar quem não queira tomar vacina. A
vedação caiu nesta sexta (12) por decisão do ministro
Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal.


A segunda medida partiu da falange de gestores
obtusos que ocupa cargos federais na área cultural. O
secretário especial, Mario Frias, decidiu proibir os
proponentes de projetos culturais com recursos


viabilizados pela Lei Rouanet de adotar o chamado
passaporte sanitário(a obrigatoriedade de atestado de
vacinação) em eventos.

Quem descumprir a prescrição estará sujeito a multa e
perda das verbas. No caso de o município ou o estado
exigir o comprovante, o evento previsto terá de passar
de presencial a virtual -para evitar, segundo a norma, a
'discriminação entre vacinados e não vacinados'.

Numa rede social, o secretário Frias afirmou que a
proibição do passaporte da vacina 'visa garantir que
medidas autoritárias e discriminatórias não sejam
financiadas com dinheiro público federal e violem os
direitos mais básicos da nossa civilização'.

Espantosa, a afirmação mereceu a costumeira
bajulação pública dos colegas de camarilha. Sér gio
Camargo, presidente da Fundação Palmares, mostrou-
se contente como ataque ao que seriam 'surtos
ditatoriais higienistas nos estados e municípios'.

Já o capitão da PM André Porciúncula, secretário de
Incentivo e Fomento, elogiou a 'lucidez' do embuste
produzido pelo chefe.

São picuinhas que provavelmente terão pouco efeito
concreto, dado que a ampla maioria da população
brasileira ignorou a estupidez irresponsável do governo
e aderiu à vacina. Evidencia-se, de todo modo, que a
sabotagem às políticas sanitárias continua em curso.

COLUNISTAS

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
Econômico - Colunistas
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