O aquecimento globale o esporte
Banco Central do Brasil
Folha de S. Paulo/Nacional - Esporte
sábado, 13 de novembro de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas
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Autor: Marina Izidro
Escrevo esta coluna de Glasgow, na Escócia. Estou na
COP26, Conferência das Nações Unidas sobre
Mudanças Climáticas. É um dos momentos mais
importantes das nossas vidas. Limitar o aquecimento
global é fundamental para evitar uma catástrofe no
planeta. O que isso tem a ver com esporte? Tudo.
Mudanças climáticas têm causado secas, inundações,
ondas de calor, incêndios, tempestades mais
frequentes. Esses eventos climáticos extremos
acontecem pelo aumento na temperatura do planeta
que, por sua vez, é causado pela emissão de gases
poluentes que vêm, por exemplo, dos combustíveis
fósseis como o carvão e da pecuária. O popular 'arroto
da vaca' é um grande responsável pela emissão do gás
metano, causador do efeito estufa.
Se o planeta continuar a esquentar, aumenta o risco de
morte por causa do calor, de deslizamentos, de doenças
causadas pela poluição. São muitas as consequências.
Se nada de urgente for feito, quem pratica esporte vai
sofrer cada vez mais - de quem corre na rua e joga no
futebol no fim de semana até o atleta de elite.
No Aberto da Austrália, muitas partidas já foram
suspensas por causa do calor. Nos Jogos Olímpicos de
Tóquio este ano, estava tão quente que a maratona foi
em outra cidade por causa da preocupação com a
saúde dos atletas.
Casos como esses só aumentam. Felizmente, boas
iniciativas também.
Na Inglaterra, o Forest Green Rovers é um clube
carismático e conhecido por ser o mais verde do mundo.
No futebol inglês, está na quarta divisão. Na
sustentabilidade, é líder. O teto do estádio tem painéis
de energia solar, a água da chuva irriga o gramado e o
cardápio inteiro é vegano: de jogadores, funcionários e
o de hambúrgueres, tortas e pizzas servidas para
torcedores. Foi o primeiro clube do mundo neutro em
emissões de carbono, com certificação da ONU. O dono
foi convidado para uma palestra na COP26.
Na Premier League, um estudo mostrou que o
Tottenham é o clube mais 'verde' do Campeonato
Inglês, em critérios como uso de energia limpa,
transportes não poluentes, redução no uso de plásticos,
reciclagem, cardápio com opções à base de plantas. O
centro de treinamentos tem uma horta com frutas,
vegetais e ervas orgânicas usadas na alimentação dos
jogadores. Nesta temporada, recebeu o Chelsea no seu
estádio para uma partida neutra em emissões de
carbono. Os times chegaram em ônibus movidos a
biocombustível, não havia garrafas plásticas e, sim um
amplo cardápio vegano.
Na ONU, o esporte é representado em um grupo com
273 integrantes, como os Comitês Olímpicos do Brasil e
Internacional, a NBA, a F1 e a Fifa. Na conferência do
clima, se comprometeram a reduzir pela metade suas
emissões até 2030 e zerá-las até 2040.
Quem der mau exemplo será cada vez mais cobrado.
Mês passado, o Manchester United recebeu críticas por