Auxílio: relator desiste de reajuste automático
Banco Central do Brasil
O Globo/Nacional - Economia
Thursday, November 25, 2021
Banco Central - Perfil 1 - Ministério da Economia
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Autor: FERNANDA TRISOTTO E GABRIEL
SHINOHARA
O relator da medida provisória (MP) que cria o Auxílio
Brasil, o deputado Marcelo Aro (PP-MG), desistiu na
noite de ontem de criar um mecanismo de correção
automática do benefício pela inflação do principal
programa social em seu parecer. Embora tenha dito que
lutaria pela medida, o deputado protocolou, por volta
das 21h, seu relatório sem esse mecanismo de
correção.
Assim, Aro acatou o entendimento do governo, que vê a
indexação como um problema. Embora tenha dito que
iria manter sua proposta, crescia ontem a sensação,
entre os deputados, de que a correção automática de
valores não contava com o apoio da maioria da Casa.
- Eu quero manter e vou trabalhar para manter (a
indexação) até os 48 do segundo tempo. Eu só retiro do
texto se eu vir que a gente não tem voto para ganhar -
afirmou ao GLOBO, antes de apresentar o seu relatório
final.
Mas, em vez disso, Aro publicou relatório determinando
que a correção dos benefícios e dos parâmetros de
concessão do programa, como linha da pobreza e da
extrema pobreza, 'poderão ser ampliados por ato do
Poder Executivo'.
O governo já havia se manifestado contra a indexação
do benefício. Integrantes do Ministério da Economia
apontam que a medida traria ainda mais rigidez ao
Orçamento. SEMFILADEESPERA O ministro da
Cidadania, João Roma, também disse não concordar
com a correção automática do benefício. Aro diz que,
em relação aos demais pontos sugeridos por ele, que
alteram o texto do governo, há mais chance de
entendimento. Ele destaca que a principal mudança é a
proibição da formação de fila de espera para o
benefício.
- Eu proibi fila. Isso é um avanço sem tamanho - disse o
parlamentar.
Essa mudança oficializa o entendimento do Supremo
Tribunal Federal (STF), que determinou o pagamento da
renda básica para todos os brasileiros que se
enquadrem nos critérios oficiais de pobreza.
O relator também modificou as linhas de renda que
caracterizam pobreza e pobreza extrema em relação ao
decreto do governo que regulamentou o Auxílio Brasil.
Em sua proposta, a linha de extrema pobreza passa de
R$ 89 para R$ 105 per capita e a de pobreza, de R$
178 para R$210.
-Setinha 17 milhões de beneficiários vai ter muito mais
com a nova linha de pobreza -argumenta Aro.
Além dessas mudanças, Aro retirou a limitação de
acúmulo de até cinco benefícios por família e incluiu
uma lei de responsabilidade social no texto, em que o
ministro terá metas para cumprir e deverá vir a público
todo ano para fazer um balanço.