Empresas de maquininhas sofrem com inflação e concorrência
Banco Central do Brasil
Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
Thursday, November 25, 2021
Banco Central - Perfil 1 - B3
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Autor: Lucas Bombana
SÃO PAULO O ambiente de concorrência acirrada e de
aumento das despesas para expandir a operação tem
colocado for te pressão sobre as chamadas empresas
de maquininhas - que tecnicamente formam o setor de
adquirência e atuam como meio de pagamento de
estabelecimentos comerciais.
O setor tem sofrido em diferentes países especialmente
com a alta da inflação, que força os bancos centrais a
sinalizar o início do aperto nas condições fiscais e
monetárias. O ambiente de elevada concorrência
proporcionada pelas bigtech americanas e grandes
redes de varejo também vem punindo empresas de
tecnologia que ainda estão em processo de
consolidação no mercado.
No Brasil, pesam ainda o aumento dos juros já em curso
e seu consequente impacto nas despesas de empresas
de comércio e serviços, que utilizam o sistema de forma
massiva, bem como o avanço de outras alternativas de
pagamentos, como o Pix, e a entrada de novas
companhias nesse setor, como Magazine Luiza, que
lançou a MagaluPay.
As ações da indiana do setor de tecnologia financeira
Paymt, por exemplo, caíram cerca de 30% desde a
abertura de capital na semana passada na Bolsa da
Índia, com investidores cautelosos ante a concorrência
elevada e os possíveis impactos que os juros mais altos
trarão para os lucros corporativos no segmento.
A americana Fiserv, parceira na maquininha da Caixa
no Brasil, registra retração de 11, 7% no ano na
Nasdag.
As ações de Stone, PagSeguro, Cielo e Getnet que
atuam no Brasil também estão sob intensa volatilidade,
na esteira da divulgação de balanços do terceiro
trimestre que trouxeram resultados abaixo do esperado
e levantaram dúvidas sobre o desempenho futuro dos
negócios.
No ano, as ações da Stone já caíram 79, 6% na
Nasdag, onde os papéis estão listados. Já as ações de
PagSeguro PagBank, pertencente ao Grupo UOL - que
tem participação minoritária e indireta do Grupo Folha,
que edita a Folha -, acumulam retração de 51, 2% na
Nyse (Bolsa de Nova York).
Listadas na B3, no Brasil, Getnet tem queda de 65% no
ano, e a Cielo, de 45; 7%.
No acumulado de janeiro até a terça-feira (23), Os
papéis desse grupo, juntos, já perderam cerca de
R$160, 9 bilhões em valor de mercado, segundo dados
da Bloomberg. A maior queda é da Stone, de
aproximadamente R$ 104 bilhões, seguida pela
PagSeguro, com queda de R$ 47 bilhões em valor de
mercado no período.
O aumento da regulamentação do governo chinês sobre
empresas de tecnologia do país também tem
contribuído para turvar a avaliação de especialistas
quando se tratam de análises desse segmento em nível
internacional.