Aviação | FLAPPER
Flapper, app de aviação compartilhada, expande sua
operação e chega a 140 voos mensais
Por Bruno Porto
O CÉU É
O LIMITE
“Hoje eu fechei o fretamento de um avião de
Santarém, no Pará, para uma cidade do Ama-
zonas que eu nem consigo pronunciar o nome.”
Essa frase dita por Paul Malicki, CEO da Flapper,
em entrevista à Carbono, revela um bocado do
atual momento da startup de aviação comparti-
lhada. Criada em 2017, a empresa vem ampliando
rapidamente seus horizontes, chegando a destinos
que eram impensáveis há pouco tempo.
Para quem ainda não conhece, a Flapper, que mui-
tos descrevem como a “Uber brasileira de aviões”,
levou a economia compartilhada para a aviação
executiva. Pelo aplicativo, você pode comprar um
assento em um voo fretado por preços mais acessí-
veis ou adquirir as chamadas empty legs, ofertas de
voos por valores até 50% mais baratos, que ocor-
rem, por exemplo, quando uma aeronave volta va-
zia de um destino.
O usuário do app pode ainda alugar uma aeronave
inteira. “Estamos fazendo mais de 140 voos por
mês, entre compartilhados e fretados”, come-
mora Malicki, que nasceu na Polônia e foi sócio
da Easy Taxi no passado. “Uma empresa de táxi
aéreo provavelmente levaria alguns anos para che-
gar a esse volume.”
Assim como a Uber não possui uma frota de car-
ros, a Flapper não tem aviões próprios: opera com
empresas parceiras de táxi aéreo. “Hoje temos
212 aeronaves cadastradas. Queremos terminar
o ano com 250”, diz Malicki. “O mercado brasi-
leiro tem algo em torno de 650 aeronaves de táxi
aéreo. Mas nem todas possuem o padrão de se-
gurança que buscamos.”
A Flapper surgiu para tentar suprir uma deman-
da reprimida detectada por Malicki e seus sócios.
Chamaram a atenção deles os fatos de o Brasil não
dispor de primeira classe em seus voos comerciais
domésticos e também o número de trechos não
atendidos pelas empresas de táxi aéreo. “Além dis-
so, faltava tecnologia no setor. Se você quisesse Fotos divulgação