Carbono Uomo - Edição 13 (2019)

(Antfer) #1
Paul Malicki

fretar um voo, tinha de ligar para uma empresa e
receber a cotação”, lembra ele. Os primeiros testes
da startup foram feitos durante os Jogos Olímpicos
do Rio, e o serviço logo caiu nas graças de joga-
dores de futebol e celebridades. “Nossa ideia era
criar um serviço que aproximasse a aviação exe-
cutiva da comercial”, explica Malicki. “O próxi-
mo passo é lançar um modelo de assinatura, que
deve começar ano que vem. Você paga um valor
fixo por mês e pode voar à vontade.”

As principais rotas compartilhadas hoje são São
Paulo-Rio de Janeiro, São Paulo-Angra dos Reis
e Rio de Janeiro-Búzios. Malicki nasceu numa fa-
mília de fazendeiros poloneses, ainda na fase co-
munista do país. “Ficávamos dois dias numa fila
para comprar sabonete”, relembra ele, que morou
em mais de oito países, até parar na Colômbia, onde
começou a tocar o marketing global da Easy Taxi.
“A Easy foi a primeira startup global do Brasil.
Considero a Flapper a Easy Taxi da aviação.”

Como muitos estrangeiros, Malicki diz que em-
preender no Brasil tem vantagens e desvantagens:
“O que mais me incomoda agora é a velocidade.
No mercado corporativo as pessoas acham que
as coisas precisam levar certo tempo. Mas com a
tecnologia isso não é necessário. Por outro lado,
é um país de muitas oportunidades. E as pesso-
as são gentis mesmo na hora de negociar. Nos
Estados Unidos, por exemplo, são mais frias”.

Ele admite, no entanto, que mesmo alguns dos
seus clientes ainda resistem à tecnologia: “Cerca
de 5% dos clientes são tradicionais. Não querem
comprar pelo aplicativo, precisam de orientação.
Já outros fretam um avião inteiro pelo aplicati-
vo. Escolhem uma opção de R$ 20 mil, R$ 30
mil e compram na hora com o cartão”, conta.
“De todo modo, o contato pessoal ainda é muito
importante. O cliente quer conversar, conhecer
você, receber um espumante. Não importa quão

Fotos divulgação digital o seu negócio for.”

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