Carbono Uomo - Edição 13 (2019)

(Antfer) #1

BEIRUTE


Apesar de muito sofrida, Beirute
vem experimentando, há poucos
anos, um contínuo renascimento e
está cada dia melhor. O contras-
te entre velho e novo é gritante,
mas não dá para entender um
se não se conhecer o outro. Na
região de Hamra, mais antiga
e popular, ainda pode-se observar
muitos prédios em ruínas (foi onde
fiquei hospedada, e a sensação
que tinha é de que estava em
um filme do 007!). Na região
da Marina, ficam construções
enormes e ultramodernas, com
apartamentos caríssimos que hoje
pertencem aos xeques da região
do Golfo Pérsico, atraídos pelo
clima e pela liberdade que o país
oferece em meio a um mundo ára-
be cheio de restrições. O centro
foi todo renovado e é onde se
concentram as grandes instituições
financeiras, o Beirut Souks (que,
apesar do nome, nada mais é do
que um moderno shopping center)
e o último prédio projetado pela
renomada arquiteta Zaha Hadid
antes de falecer.
Uma caminhada pela região
central dá uma ideia do que foi
Beirute antes da guerra.

Comece pela St. Maroun
Church e caminhe em direção à
mesquita Al Amin passando pelas
ruas de Saifi. O bairro foi des-
truído durante a guerra e depois
reconstruído, tentando manter, de
alguma forma, traços dos antigos
edifícios coloniais franceses que
antes existiram por lá. Conhecido
como Quartier des Arts, explo-
re cada lojinha ou galeria. Siga
até Nijmeh Square e a região
do Parlamento. Esse passeio
não dura mais de duas horas,
mas é um mergulho na história de
ontem e hoje.

E não deixe de visitar o Museum
Nicolas Ibrahim Sursock. Inau-
gurado em 1961 e localizado num
antigo casarão, surpreende tanto
pela arquitetura como pelo acervo
de arte moderna e contemporânea.

Outro bairro em ebulição é Mar
Mikhaël, uma espécie de Vila
Madalena local. Com centenas
de restaurantes, dos mais diversos
tipos, é lá onde a noite acontece.
O Swiss Butter é um dos mais
disputados e oferece um cardápio
enxuto de carne, frango ou salmão
com acompanhamentos a esco-
lher. Delicioso e vibrante! O mais
pitoresco, porém, é o restaurante

Tawlet, que funciona somente
para almoço e oferece uma
culinária regional contemporânea,
com produtos locais e cardápio
que muda a cada semana. Locali-
zado numa rua sem saída em um
pequeno endereço, é frequentado
pelos jovens hipsters que traba-
lham ali por perto.

O restaurante mais famoso e
renomado de Beirute, porém,
não está nesse endereço. Fica no
coração da cidade e se cha-
ma Em Sherif. Com um menu
degustação surpreendente e uma
grande variedade de mezzes,
traz de volta sabores tradicionais
esquecidos, proporcionando aos
clientes uma inigualável expe-
riência de primeira classe. Tem
atmosfera acolhedora e decora-
ção única. Imperdível!

Um detalhe charmoso visto em
vários desses locais é o simpático
hábito de oferecer um prato de
frutas sem custo ao fim de todas as
refeições. Mais uma das inúmeras
delicadezas desse povo extrema-
mente gentil e acolhedor.

5 – Universidade Americana:
o campus é uma grande área
murada com belos prédios e
caminhos arborizados. Vale
passar para apreciar a vista
e entender um pouco a vida
estudantil de Beirute


6 – Mar turquesa e praias
de pedra. Encontram-se
paisagens incríveis ao longo
de todo o litoral libanês.
Aqui, White Beach.

Líbano


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