Carbono Uomo - Edição 13 (2019)

(Antfer) #1
VICTOR HORTA E O
ART NOUVEAU

Lar do arquiteto Victor Horta, Bruxelas
viu nascer o gênero art nouveau na
arquitetura impressionante decorada
com metal e vidro. A própria casa de
Horta se tornou um museu, que é mais
bem aproveitado em visita guiada para
entender a fundo a história de um gênio
que projetou cada coluna, batente de
porta, sofá, banco e escada daquilo que
construiu. hortamuseum.be


Além da residência de Horta, suas
três primeiras casas projetadas no
estilo art noveau, entre 1892 e 1895,
são Patrimônio Mundial da Unesco:
Hotel Tassel, Hotel Solvay e Hotel
van Eetvelde. Embora tenham essa
denominação, “hotéis” significavam
naquela época casas luxuosas que
pertenciam à elite burguesa, que vivia
inspirada pela Belle Époque.


ART DÉCO E BAUHAUS

Entre os anos 1930 e 1940, o arquiteto
suíço Michel Polak construiu a Villa
Empain combinando estilos Art Déco e
Bauhaus para o barão Louis Empain. A
casa foi tomada pelos nazistas durante a
Segunda Guerra e logo depois se tornou
embaixada da União Soviética na Bélgica.
Foi completamente restaurada em 2010,
e hoje funciona no prédio a Fundação
Boghossian, centro de arte e diálogo
entre as culturas ocidentais e orientais,
servindo como residência artística, galeria
de arte, palco de performances de dança
e workshops de educação infantil, entre
outras atividades relacionadas à produção
artística contemporânea.
@fondationboghossian


Outra obra arquitetônica bruxelense que
figura na lista da Unesco é o Palácio
Stoclet, construído pelo arquiteto austríaco
Josef Hoffmann para o banqueiro e
colecionador Adolphe Stoclet em um estilo
que transita entre art nouveau e déco. A
fachada e o interior são de mármore, com
vitrais produzidos por Gustav Klimt, murais
de Ludwig Heinrich Jungnickel e esculturas


de Franz Metzner. Fica na avenue de
Tervueren 279-281, mas só pode ser vista
do lado de fora. A família Stoclet ainda
ocupa esta que é considerada uma das
construções privadas mais luxuosas do
século 20.

PRAÇAS

Na Place Royale, a arquitetura neoclássica
de inspirações austríacas fica evidente na
estátua do duque Godofredo de Bulhão e
no Palácio Real ao fundo, nas construções
simétricas da igreja de Saint Jacques-sur-
Coudenberg, no Palácio de Belas-Artes e
no Museu Magritte, no belíssimo jardim
Mont des Arts e no enorme Parc de
Bruxelles, onde está o Théâtre Royal du
Parc. @fineartsbelgium

O monumental Arcade du Cinquantenaire,
uma espécie de Arco do Triunfo que
comemora 50 anos da independência
belga, é outra importante representação
neoclássica. Foi encomendado pelo Rei
Leopoldo II ao arquiteto Gédéon Bordiau


  • que morreu durante a execução do
    projeto, finalizado por Charles Girault –,
    com escultura de Thomas Vinçotte e Jules
    Lagae no topo. Na praça à frente fica
    a Grande Mesquita de Bruxelas, outra
    construção impressionante. Do seu lado
    esquerdo, canhões chamam a atenção
    para o Museu Real das Forças Armadas
    e da História Militar, enquanto ao lado
    direito ficam o Musée Art & Histoire e
    o Autoworld, dedicado ao universo do
    automobilismo. É possível andar por cima
    do arco e cruzar por entre os prédios.


As construções góticas dominam tanto
a Grand Place como a Place du Grand
Sablon. Na primeira fica a prefeitura de
Bruxelas, enquanto a segunda é lar da
Notre-Dame du Sablon. Projetada no
século 15, a igreja é lar da estátua Onze-
Lieve-Vrouw op’t Stocxken, roubada por
Beatrijs Soetkens de um templo religioso
na Antuérpia, instruída por visões e tendo
seu caminho de ida e volta considerado
milagroso pela Igreja Católica.

QUARTIER EUROPÉEN

O bairro que serve como sede para a
União Europeia e ao Parlamento Europeu
está localizado exatamente entre o Parc de
Bruxelles e o Arcade du Cinquantenaire,
com locais interessantes a serem visitados.

O melhor ponto de partida no Quartier
Européen é a Casa da História Europeia.
O museu ao lado do Parlamento
Europeu reúne em seus seis andares
uma extensa coleção sobre a história do
continente, partindo de estátuas clássicas
representando o mito grego da princesa
Europa, passando por mapas e outros
instrumentos da Idade Média, uma grande
e dolorosa seção sobre colonialismo,
Primeira e Segunda Guerras Mundiais e
encerrando com a contemporaneidade
e a formação da União Europeia como
conhecemos hoje. A visita é toda interativa
e disponível nas línguas dos 26 países
que compõem a UE. Fique atento: trata-se
de um passeio longo, mas é bastante
educativo. Se possível, reserve um dia em
família. @houseeuropeanhistory

Uma breve caminhada pelo Parc Léopold
leva ao edifício do Parlamento Europeu,
que tem um pedaço do Muro de Berlim
na entrada. No Hemiciclo se reúnem os
751 deputados da UE, que podem ser
assistidos mediante agendamento prévio
dos visitantes. No dia em que estivemos lá,
discutiam-se questões referentes ao Brexit.
Assim como na Casa da História Europeia,
as sessões do Parlamento são traduzidas
simultaneamente em todas as línguas as
quais o bloco abraça.
@europeanparliament

Um dos melhores restaurantes do Quartier
Européen é o Park Side Brasserie. Um
lindo lustre de bolhas de cristal decora a
entrada do aconchegante espaço de dois
andares. A culinária é típica de bistrô. O
steak tartare é delicioso, as carnes e os
peixes são bem executados, assim como
as massas. Os mais ortodoxos devem
provar o foie gras de pato, servido como
entrada em opções quentes e frias. Foi
mencionado como Bib Gourmand no Guia
Michelin 2018. @parksidebrasserie

Construções


impressionantes

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