Carbono Uomo - Edição 13 (2019)

(Antfer) #1

[aponta para o meu celular, que grava a


conversa], ouvem um grupo de pessoas


desenvolverem ideias. É revolucionário,


não tem o que acabe com isso.”


Fagundes diz que não vê novida-

des no streaming, formato que “ape-


nas tem reciclado as experimentações


dos últimos cem anos do cinema”, e


lista outros pontos negativos: “O ci-


nema foi um ganho sobre o teatro em


termos de possibilidades de cenários


maiores e locações diferentes. Sua


interpretação cresce cinco metros. A


televisão, não, porque você não con-


trola o ambiente. Podem levar a tela


para onde quiser. Isso cria uma mu-


dança de relacionamento. Eu acho


que o streaming traz uma perda de


qualidade ao seu trabalho e também


à concentração do espectador, em


termos de vínculo. É quase impossí-


vel fazer uma pessoa se emocionar


se ela está vendo uma cena no meio


do trânsito. Ela tem que ter um grau


de concentração que, se tivesse, não


estaria no celular”, ironiza.


Mesmo assim, o ator se diz fã de se-

riados, daqueles “maratonistas”, e reco-


menda a divertida série Jean-Claude Van


Johnson, produzida por Ridley Scott, e


que coloca o ator/lutador Jean-Claude


Van Damme no papel de si mesmo,


mas em tons de galhofa: aposentado


após protagonizar tantos filmes de ar-


tes marciais, o belga decide usar suas


habilidades para se tornar mercenário


de aluguel. No tempo livre, entre uma


série e outra e suas gravações, Fagundes


se diz ávido leitor: “Estou lendo Na


Fissura: Uma História do Fracasso no


Combate às Drogas, de Johann Hari,


para mim até agora a obra mais com-


pleta sobre política de drogas que já foi


escrita. É de uma amplitude de análise


realmente extraordinária”.


Em Bom Sucesso, o ator interpreta-

rá o milionário Alberto, que, com uma


doença degenerativa, tem que viver em


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