Carbono Uomo - Edição 13 (2019)

(Antfer) #1
ficam prontos os estudos para verificar quais adap-
tações vão ter de ser feitas no viário do centro para
poder receber a carga de veículos resultante da mu-
dança. E quais ações a Secretaria de Desenvolvimen-
to Urbano vai desenvolver para evitar especulação
imobiliária, ou seja, que haja uma saída das pessoas
do centro por conta dessa valorização.

Carbono Uomo


Qual o passo seguinte ao estudo?


Bruno Covas


A ideia é que no segundo semestre sejam discutidos
os editais de licitação para construir e adaptar o
viário. As obras começam no primeiro semestre de
2020, e entregamos até o fim do segundo semestre.

Carbono Uomo


Como ex-secretário de Meio Ambiente, que ações o senhor


acha que podem ser desenvolvidas na área?


Bruno Covas


No que diz respeito aos parques, o que mais di-
ficulta é a manutenção dos atuais. Sem manter
bem o que já existe, é muito mais difícil ampliar.
A cidade tem hoje 105 parque municipais, e é por
isso que uma das nossas apostas é a parceria com
o setor privado. O Parque Burle Marx é um bom
exemplo. O vencedor da concessão do Ibirapuera
também já saiu. São R$ 70 milhões de outorga.
Mais algo em torno de R$ 20 milhões que vamos
deixar de gastar por ano com a manutenção de lá,
para poder fazer a manutenção de outros parques.
Quem venceu o Ibirapuera vai ter a obrigatorieda-
de de manter cinco parques na periferia. O Parque
Augusta, por exemplo, durante dois anos vai ser
mantido pela própria empresa que o está construin-
do. A partir disso, é possível pensar em ampliação.

Carbono Uomo


O senhor tem algum método para viver nesta época de


tantas paixões?


Bruno Covas


(Risos) Tem que ter calma. Eu não diria que é a
época das paixões. É a época do ódio. Esse é o
problema. E isso não é um caso isolado de São
Paulo ou do Brasil. O mundo está vivendo essa di-
ficuldade da intolerância religiosa, da intolerância
sexual, da intolerância de gênero, de quem pensa
diferente. É muito difícil você ter opiniões que vão
mais para o centro no campo ideológico, o que

significa apanhar dos dois lados. Mas não tem
muito o que fazer. Não adianta ir ao sabor dos
ventos. Tem que manter a tranquilidade. Aliás, se
tem uma cidade que celebra a sua diversidade, é
São Paulo. Ela foi criada a partir de migrantes e
imigrantes do mundo e do Brasil todo, que vieram
para cá em busca de oportunidades.

Carbono Uomo
O senhor vê com bons olhos a proximidade que as redes
sociais trazem entre povo e políticos?

Bruno Covas
Eu acho que as redes sociais trouxeram um aper-
feiçoamento do regime democrático, porque apro-
ximam mais representante de representado. Hoje
é muito difícil você escutar que fulano é que nem
Copa do Mundo, só aparece de quatro em quatro
anos. Você vai acompanhando diariamente o polí-
tico. Eu acho fantástico! Permite a todo momento ir
explicando o que está sendo feito. Medindo a tem-
peratura da sua popularidade. Então, eu acho muito
positivo. O distanciamento entre representante e re-
presentado coloca a democracia em risco. A partir
do momento em que as pessoas não se veem repre-
sentadas pelos partidos políticos, para que votar?
As mídias sociais aproximam e criam identificação.
Você vê o político cuidando do filho, vê ele no fim
de semana. Você vê que ele é uma pessoa, que ele
é real, que ele é gente.

Carbono Uomo
O senhor tem uma conta secreta no Instagram só para os
seus amigos e parentes?

Bruno Covas
Não. Já me disseram para fazer isso, mas não dá.
Eu já tenho dificuldade de lidar com uma. Duas,
então... A conta do Instagram sou eu quem admi-
nistro exclusivamente.

Carbono Uomo
O secretário de Subprefeituras começou a acompanhar on-
line os serviços de zeladoria na cidade. A tecnologia pode
ajudar muito mais a gestão?

Bruno Covas
Quando eu era secretário de Subprefeituras e o
Alexandre Modonezi era o secretário executivo, co-
meçamos a implantar esse sistema. São Paulo é a
única megalópole que tem um sistema como esse.
Com isso conseguimos aumentar a produtividade

Entrevista
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