Carbono Uomo - Edição 13 (2019)

(Antfer) #1
Colecionador | SNEAKERS

Recém-chegado aos Estados Unidos, com 9 anos, Marcos
Mion se viu em meio a uma revolução cultural e econô-
mica por todo o país. Pela primeira vez, um tênis custava
mais de 100 dólares, e tudo porque era assinado pela
maior lenda esportiva de lá, Michael Jordan. “Ter um Jor-
dan novo era o maior desejo de todos os meus colegas
de classe”, ele conta. Naquele distante ano de 1989, a
Nike lançava a quarta versão do tênis de basquete, o Air
Jordan 4, e Mion já era um jogador nato. “Ganhei de
aniversário em junho de 1990, quando o Jordan 5 estava
prestes a sair. Foi o único presente, e eu fui o único da
minha turma a ter conseguido o tênis. Foi uma das sensa-
ções mais legais, algo que me preencheu.”
Mion deve ao Jordan 4 uma mudança completa em sua
vida: “Viver aquele momento cultural me tornou viciado
em tênis, porque me colocou em um estado muito bom
em um país a que cheguei sem nem mesmo falar a língua.
Eu passei de latino a dono de um Jordan”, ele diz. “A
partir daí, nunca mais parei. Todo aniversário eu queria
um Jordan novo. E foi assim até eu pegar gosto por outros
mo delos.” Hoje, o apresentador é sócio, e dono de uma li-
nha de calçados, da Hardcore Footwear, empresa 100%
nacional: “Foram dois anos de namoro fazendo essas
colaborações, e agora no terceiro ano decidi entrar de
cabeça. Estou feliz porque valoriza o trabalho nacional,
é tudo fabricado em Franca. É uma maneira de prestigiar,
porque não é uma cópia dos tênis gringos”.
Mion confessa que usou somente Nike por muito tempo, e
sua coleção têm raríssimas colaborações com a Off-White,
entre elas um Air Jordan 1 e um Blazer, além de assinatu-
ras de Serena Williams e Justin Timberlake. Hoje, apren-
deu a variar: “As solas Ultraboost, da Adidas, são, sem
dúvida, as melhores para praticar esporte. Gosto muito de
New Balance, acho que eles são os Rolls-Royce dos tênis”.
Ele jura já ter colocado todos os seus tênis no pé, à exce-
ção de três deles: “Meu Holy Grail é o Yeezy Red October,
vieram dois para o Brasil, e um é meu. Ainda vou usá-lo,
só não coloquei no pé até agora por questão de investi-
mento. Outro é um Kobe autografado pelo Kobe Bryant, e
o último é um relançamento do Air Jordan 4 igualzinho ao
que eu tive na infância, só que do meu tamanho”.


O GRINGO


QUE USAVA JORDAN

Free download pdf